- O Sistema Único de Saúde (SUS) irá oferecer gratuitamente o implante hormonal contraceptivo Implanon para mulheres de 18 a 49 anos.
- A decisão foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e a expectativa é disponibilizar 500 mil dispositivos ainda em 2023.
- Atualmente, o Implanon é acessível apenas a grupos específicos, como mulheres vivendo com HIV/AIDS e em tratamento de tuberculose.
- O Ministério da Saúde publicará uma portaria para oficializar a inclusão do Implanon, com um prazo de 180 dias para implementação.
- O implante, que libera o hormônio etonogestrel, tem duração de até três anos e não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.
O Sistema Único de Saúde (SUS) anunciou a incorporação do Implanon, um implante hormonal contraceptivo, que será oferecido gratuitamente a mulheres de 18 a 49 anos. A decisão foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e a expectativa é disponibilizar 500 mil dispositivos ainda em 2023.
Atualmente, o Implanon é acessível apenas a grupos específicos, como mulheres vivendo com HIV/AIDS e aquelas em tratamento de tuberculose. Com a nova medida, o SUS amplia as opções de contracepção, que até então contava apenas com o DIU de cobre como método reversível de longa duração. O custo do Implanon na rede particular pode chegar a R$ 4 mil, incluindo o valor do dispositivo e da aplicação.
Implementação e Expectativas
O Ministério da Saúde deve publicar uma portaria nos próximos dias para oficializar a inclusão do Implanon. Após a publicação, as áreas técnicas terão 180 dias para implementar a oferta, o que envolve a atualização de diretrizes clínicas e a capacitação de profissionais. A ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo, destaca a importância dessa ampliação na cobertura contraceptiva.
O Implanon é um método classificado como LARC (método reversível de longa duração e alta eficácia), que não depende do uso contínuo por parte da usuária. Além de prevenir a gravidez não planejada, o acesso a métodos contraceptivos é fundamental para a redução da mortalidade materna, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Mecanismo de Ação e Segurança
O implante, que possui cerca de 3 cm de comprimento, libera o hormônio etonogestrel, que bloqueia a ovulação e espessa o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides. Cada dispositivo tem uma duração de até três anos e a fertilidade retorna rapidamente após a remoção. Embora seja altamente eficaz, com uma taxa de falha de cerca de 5 em cada 10 mil mulheres, o método não oferece proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.
Ilza ressalta que o desafio agora é garantir que o Implanon chegue a todas as mulheres, dependendo da estrutura do SUS. A expectativa é que essa nova opção contraceptiva contribua significativamente para o planejamento familiar e a saúde reprodutiva no Brasil.