- A vacina ELI-002 2P mostrou eficácia em estimular o sistema imunológico contra mutações do gene KRAS, associadas a cânceres de pâncreas e intestino.
- O estudo inicial, realizado por pesquisadores da UCLA Health Jonsson Comprehensive Cancer Center e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, envolveu 25 pacientes.
- Aproximadamente dois terços dos participantes apresentaram resposta imune significativa após quase 20 meses de acompanhamento.
- A sobrevida global média foi de quase 29 meses, enquanto a sobrevida livre de recidiva média alcançou mais de 15 meses.
- Uma versão avançada da vacina, chamada ELI-002 7P, já está em avaliação em estudos internacionais.
Uma nova vacina, chamada ELI-002 2P, demonstrou eficácia em estimular o sistema imunológico contra mutações do gene KRAS, associadas a cânceres de pâncreas e intestino. O estudo inicial, realizado por pesquisadores da UCLA Health Jonsson Comprehensive Cancer Center e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, envolveu 25 pacientes e apresentou resultados promissores na prevenção da recidiva.
Os cânceres de pâncreas e colorretal são notoriamente difíceis de tratar, com altas taxas de recidiva. As mutações do gene KRAS estão presentes em aproximadamente 25% dos tumores sólidos, sendo responsáveis por cerca de 90% dos cânceres de pâncreas e 50% dos cânceres colorretais. O oncologista Breno Jeha Araújo destacou que a vacina pode ser um divisor de águas, pois treina o sistema imunológico para atacar células tumorais com essa mutação.
Diferente de outras vacinas personalizadas, a ELI-002 2P é um produto padronizado, facilitando o tratamento de um número maior de pacientes. A oncologista Eileen O’Reilly afirmou que essa abordagem pode ser mais rápida e econômica, oferecendo esperança a pacientes sem opções eficazes após a recidiva.
Resultados Promissores
Os pacientes testados, todos com câncer de pâncreas ou intestino e a mutação KRAS, já haviam passado por cirurgia e quimioterapia. Após quase 20 meses de acompanhamento, cerca de dois terços dos participantes apresentaram uma resposta imune significativa, com aumento nas células T que atacam as células cancerígenas. A sobrevida global média foi de quase 29 meses, enquanto a sobrevida livre de recidiva média alcançou mais de 15 meses, superando as expectativas para esses casos.
O médico Zev Wainberg, principal autor do estudo, ressaltou que os pacientes com respostas imunológicas mais fortes à vacina tiveram uma sobrevida significativamente maior. Embora os resultados sejam encorajadores, os pesquisadores enfatizam que novas fases do estudo são necessárias para confirmar a eficácia e segurança da vacina. Uma versão avançada, a ELI-002 7P, já está em avaliação em estudos internacionais.