- Um estudo recente revelou que corredores de maratona e ultramaratona entre 35 e 50 anos apresentam altas taxas de pólipos e adenomas avançados, sugerindo um possível aumento do risco de câncer de cólon.
- Historicamente, o câncer de cólon era raro em adultos jovens, com triagens iniciando aos 50 anos.
- O oncologista Timothy Cannon, do Inova Schar Cancer, atendeu três pacientes ativos com câncer de cólon avançado, o mais velho com 40 anos.
- Cannon recrutou cem corredores para colonoscopias, e quase cinquenta por cento apresentaram pólipos, enquanto quinze por cento tinham adenomas avançados, muito acima da taxa de 4,5% a 6% da população geral.
- O aumento do câncer colorretal em adultos jovens levou a uma mudança nas recomendações de triagem, reduzindo a idade para a primeira colonoscopia de 50 para 45 anos.
Um estudo recente revelou que corredores de maratona e ultramaratona entre 35 e 50 anos apresentam taxas alarmantes de pólipos e adenomas avançados, sugerindo que o exercício extremo pode aumentar o risco de câncer de cólon. Historicamente, essa doença era considerada rara em adultos jovens, com triagens iniciando aos 50 anos.
O oncologista Timothy Cannon, do Inova Schar Cancer em Fairfax, Virgínia, ficou surpreso ao atender três pacientes ativos, todos com câncer de cólon avançado, sendo o mais velho deles de 40 anos. Para investigar essa correlação, Cannon recrutou 100 corredores para realizar colonoscopias. Os resultados foram preocupantes: quase 50% dos participantes tinham pólipos, e 15% apresentavam adenomas avançados, muito acima da taxa de 4,5% a 6% observada na população geral.
Laura Linville, uma corredora de maratona de 47 anos, participou do estudo e descobriu ter sete pólipos, alguns grandes o suficiente para exigir procedimentos adicionais. Ela expressou surpresa, já que a corrida é geralmente associada a benefícios à saúde. O aumento do câncer colorretal em adultos jovens levou a uma mudança nas recomendações de triagem, reduzindo a idade para a primeira colonoscopia de 50 para 45 anos.
Fatores de Risco e Sintomas
Embora a inatividade física e a obesidade sejam frequentemente citadas como fatores de risco, o estudo de Cannon destaca que corredores em forma também podem estar em risco. Especialistas, como David Rubin, da Universidade de Chicago, ressaltam que o estudo carece de um grupo de controle e que os históricos familiares de câncer entre os corredores não foram totalmente investigados.
Além disso, corredores podem ignorar sintomas como fezes com sangue ou diarreia, atribuindo-os a problemas gastrointestinais comuns. A inflamação crônica resultante do exercício intenso pode causar danos celulares, potencialmente levando ao câncer. Eric Christenson, da Johns Hopkins, recomenda que corredores que experimentam sintomas consultem um médico, enfatizando a importância de ouvir o corpo.
O estudo ainda não foi publicado em uma revista médica, mas já levanta questões importantes sobre a relação entre exercícios extremos e o câncer de cólon, pedindo mais pesquisas sobre o tema.