- A comunidade de Santa Lucía de Villarrica, no Paraguai, enfrenta problemas de saúde mental devido ao ruído da mineradora de bitcoin Bitfarms.
- Desde junho de 2024, moradores relatam traumas psicológicos e pedem compensações.
- A mineradora opera a apenas 200 metros de residências e gera ruídos que ultrapassam os limites da Organização Mundial da Saúde.
- O Ministério Público de Villarrica iniciou investigações após medições que indicaram níveis de ruído de até 75 decibéis.
- Apesar de promessas de ajustes acústicos, os moradores continuam a relatar problemas, com muitos buscando tratamento para estresse.
A comunidade de Santa Lucía de Villarrica, no Paraguai, enfrenta sérios problemas de saúde mental devido ao ruído excessivo gerado pela mineradora de bitcoin Bitfarms. Desde junho de 2024, os moradores relatam traumas psicológicos e exigem compensações. A empresa, que opera uma fazenda de mineração a apenas 200 metros de residências, foi acusada de poluição sonora, levando a investigações e ações legais.
Os residentes, como Irene Brizuela, afirmam que o barulho constante, semelhante a um zumbido, causou crises em seu filho autista. José Luis Figueredo, um contador local, descreve a experiência como insuportável, levando-o a tomar medicamentos para dormir. A fazenda consome a mesma quantidade de eletricidade que 47.500 famílias em um ano, gerando ruídos que ultrapassam os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Após denúncias, o Ministério Público de Villarrica iniciou investigações. Medições realizadas em julho de 2024 indicaram que o nível de ruído da Bitfarms chegou a 75 decibéis, acima do permitido. A psicóloga Maureen Montanía alerta que a exposição prolongada a esse tipo de som pode causar ansiedade e depressão, especialmente em pessoas com hipersensibilidade auditiva.
Em resposta às queixas, a Bitfarms concordou em implementar ajustes acústicos. Contudo, os moradores continuam a relatar que o barulho persiste. Em novembro de 2024, um representante da empresa foi acusado de emitir ruído prejudicial, podendo enfrentar até 10 anos de prisão. Apesar das promessas de mitigação, os efeitos psicológicos sobre a comunidade são profundos, com muitos residentes buscando tratamento para transtornos relacionados ao estresse.
A situação em Santa Lucía destaca a necessidade de uma resposta adequada das autoridades e da empresa para mitigar os danos causados à saúde mental da população local.