- Um estudo recente mostrou que os medicamentos semaglutide e tirzepatide podem reduzir em 40% o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada e a mortalidade geral.
- A pesquisa foi publicada na *Journal of the American Medical Association* (JAMA) e analisou dados de mais de 58 mil pessoas entre 2018 e 2024.
- Os medicamentos, disponíveis sob as marcas Ozempic, Wegovy, Rybelsus (semaglutide) e Zepbound, Mounjaro (tirzepatide), mostraram eficácia superior em comparação ao sitagliptin, um medicamento para diabetes.
- A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada afeta cerca de 3 milhões de pessoas nos Estados Unidos e mais de 30 milhões no mundo, com uma taxa de mortalidade anual de aproximadamente 15%.
- Especialistas destacam que os resultados abrem novas possibilidades de tratamento para essa condição, que atualmente tem opções limitadas.
Um novo estudo revelou que os medicamentos semaglutide e tirzepatide podem reduzir em 40% o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (HFpEF) e a mortalidade geral. A pesquisa, publicada na *Journal of the American Medical Association* (JAMA), analisou dados de mais de 58 mil pessoas entre 2018 e 2024.
Os resultados mostram que tanto o semaglutide, disponível sob as marcas Ozempic, Wegovy e Rybelsus, quanto o tirzepatide, conhecido como Zepbound e Mounjaro, proporcionaram benefícios semelhantes. Ambos os medicamentos foram comparados ao sitagliptin, um medicamento para diabetes, e demonstraram eficácia superior na redução de complicações cardíacas.
Impacto na Saúde Cardiovascular
A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada afeta cerca de 3 milhões de pessoas nos Estados Unidos e mais de 30 milhões em todo o mundo. Pacientes com essa condição são hospitalizados, em média, 1,4 vezes ao ano, com uma taxa de mortalidade anual de aproximadamente 15%. O estudo sugere que a utilização de agonistas do GLP-1, como semaglutide e tirzepatide, pode ser ampliada para tratar essa população.
Os pesquisadores destacam que a obesidade e o diabetes tipo 2 são fatores de risco significativos para HFpEF. A Dra. Pooja Prasad, professora assistente na Universidade da Califórnia, afirma que esses achados reforçam a necessidade de tratar a síndrome metabólica, da qual a obesidade é um componente crucial.
Oportunidades de Tratamento
Os especialistas consideram que os resultados do estudo abrem novas possibilidades para o manejo de pacientes com HFpEF, uma condição com opções de tratamento limitadas. O Dr. Cheng-Han Chen, cardiologista intervencionista, enfatiza a importância de abordar a síndrome metabólica para melhorar a saúde cardiovascular.
Embora o foco do estudo tenha sido em pacientes com alto índice de massa corporal (IMC), o Dr. Mir Ali, cirurgião bariátrico, sugere que mais pesquisas são necessárias para entender os efeitos dos medicamentos em pessoas sem obesidade ou diabetes tipo 2. Ele ressalta que a adoção de hábitos saudáveis é essencial, mesmo com o uso de medicamentos para perda de peso.
Os medicamentos semaglutide e tirzepatide, que são injetáveis, já são utilizados para o controle do peso e tratamento do diabetes tipo 2. Estudos anteriores também indicaram que esses fármacos podem reduzir o risco de infarto e câncer em pacientes obesos.