- A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou uma campanha para incluir medicamentos para obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS).
- A obesidade é considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas não há medicamentos disponíveis no SUS para seu tratamento.
- Pacientes com hipertensão e diabetes têm acesso a fármacos, enquanto os obesos não.
- Quatro medicamentos foram analisados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram suas incorporações negadas.
- Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025 mostram que 31% dos adultos brasileiros são obesos, e os custos diretos ao SUS com doenças relacionadas à obesidade podem chegar a US$ 1,8 bilhão entre 2021 e 2030.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou uma campanha nacional para incluir medicamentos para o tratamento da obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa, que conta com o apoio de diversas entidades, busca mobilizar a sociedade e pressionar por políticas públicas que garantam acesso a tratamentos adequados.
A obesidade, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica, ainda não possui medicamentos incorporados ao SUS. A Sbem destaca que, enquanto pacientes com condições como hipertensão e diabetes têm acesso a fármacos, os obesos não têm alternativas na rede pública. Até o momento, quatro medicamentos foram analisados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram suas incorporações negadas.
Dados alarmantes do Atlas Mundial da Obesidade 2025 revelam que 31% dos adultos brasileiros são obesos, e 68% apresentam sobrepeso. Se a situação não mudar, até 2044, quase metade da população adulta do Brasil poderá ser obesa. O relatório também aponta que mais de 60 mil mortes prematuras no país estão relacionadas ao sobrepeso e à obesidade, associadas a doenças crônicas como diabetes tipo 2 e AVC.
Além do impacto na saúde, a obesidade gera custos significativos para o sistema de saúde. Estimativas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicam que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças relacionadas à obesidade podem alcançar US$ 1,8 bilhão, enquanto as perdas indiretas, em anos de vida produtiva, podem chegar a US$ 20 bilhões.