- A dieta planetária saudável (PHD), proposta em 2019, é associada a um menor risco de mortalidade por diversas doenças, como câncer e doenças cardiovasculares.
- Uma metaanálise recente, publicada na revista *Science Advances*, analisou dados de mais de 150.000 pessoas e revisou 37 pesquisas anteriores com mais de três milhões de participantes.
- O estudo indica que a PHD pode reduzir o risco de câncer colorretal, câncer de pulmão, doenças coronárias, acidentes vasculares cerebrais e diabetes.
- A PHD promove um consumo maior de leguminosas, nozes, frango e peixe, limitando a ingestão de carnes não avícolas a apenas 30 calorias diárias em uma dieta de 2.500 calorias.
- Pesquisas anteriores mostram que a PHD supera dietas tradicionais em benefícios à saúde e na redução de emissões de gases de efeito estufa.
A dieta planetária saudável (PHD), proposta em 2019 por um painel internacional, tem ganhado destaque por seus benefícios à saúde e ao meio ambiente. Um metaanálise recente, publicada na revista *Science Advances*, associou a PHD a um menor risco de mortalidade por diversas doenças, incluindo câncer e doenças cardiovasculares. O estudo analisou dados de mais de 150.000 pessoas e incluiu uma revisão de 37 pesquisas anteriores com mais de três milhões de participantes.
Os resultados indicam que a PHD pode reduzir o risco de câncer colorretal, câncer de pulmão, doenças coronárias, acidentes vasculares cerebrais e diabetes. O diretor de Nutrição e Genômica da Universidade Tufts, José María Ordovás, destacou a qualidade do estudo, que combina duas das maiores coortes disponíveis: NHANES, nos EUA, e UK Biobank, no Reino Unido. No entanto, ele ressalta que os estudos são observacionais e não provam causalidade.
Comparação com Dietas Tradicionais
Pesquisas anteriores já indicavam que a PHD, que se assemelha à dieta mediterrânea, superava as dietas tradicionais em termos de benefícios à saúde e redução de emissões de gases de efeito estufa. Um estudo realizado na China também apontou que a adesão à PHD está ligada a um menor risco de mortalidade. Na Europa, investigações nos Países Baixos corroboraram esses achados, embora alguns resultados tenham sido contraditórios.
A PHD foi desenvolvida para contrabalançar o modelo de consumo insustentável que se intensificou após a Segunda Guerra Mundial, quando o consumo de carne e produtos lácteos aumentou significativamente. A dieta ideal proposta inclui 2.500 calorias diárias, das quais apenas 30 devem vir de carnes não avícolas, promovendo um consumo maior de leguminosas, nozes, frango e peixe.
Perfil dos Seguidores da PHD
Um estudo realizado na Espanha comparou a PHD com a dieta mediterrânea, revelando que a adesão a ambas está associada a uma menor mortalidade e a um impacto ambiental reduzido. Os seguidores da PHD tendem a ser maiores, predominantemente mulheres, com índices de massa corporal mais baixos e níveis educacionais e de renda mais altos. Curiosamente, esses indivíduos costumam consumir mais alimentos, desafiando a noção de que dietas saudáveis levam à restrição calórica.
Esses dados reforçam a ideia de que a PHD não apenas promove a saúde individual, mas também contribui para a sustentabilidade do planeta, alinhando-se às necessidades contemporâneas de saúde pública e ambiental.