- No Brasil, 10,2% dos adultos apresentam sintomas de depressão, mas apenas 25% recebem tratamento, geralmente medicamentoso.
- O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) lançaram a plataforma “e-Saúde Mental no SUS”.
- A plataforma visa ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento de transtornos mentais, como ansiedade e insônia, por meio de um aplicativo para celulares.
- O psiquiatra Paulo Rossi Menezes, diretor científico do CISM, afirma que a tecnologia pode melhorar o acesso à saúde mental, especialmente em áreas remotas.
- O aplicativo já foi testado com sucesso, mostrando uma redução de 50% nos sintomas de depressão leve após seis semanas de uso.
No Brasil, 10,2% dos adultos apresentam sintomas de depressão, mas apenas 25% recebem tratamento, frequentemente apenas medicamentoso. Essa realidade resulta em longas filas para consultas psiquiátricas. Para enfrentar esse desafio, o Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), em parceria com o Hospital das Clínicas da USP, lançou a plataforma “e-Saúde Mental no SUS”. O objetivo é ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento de transtornos mentais, como ansiedade e insônia, por meio de um aplicativo acessível em celulares.
O psiquiatra Paulo Rossi Menezes, diretor científico do CISM, destaca que a tecnologia pode melhorar o acesso à saúde mental, alcançando tanto áreas remotas quanto grandes centros urbanos. Ao utilizar a plataforma, os usuários responderão a questionários validados que ajudam a identificar sintomas, com os dados sendo enviados diretamente para o prontuário eletrônico do SUS. Além do diagnóstico, o aplicativo oferecerá técnicas de regulação emocional, inspiradas na terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Inovação e Gestão Pública
A iniciativa se insere em um movimento global de modernização da saúde pública, onde a tecnologia potencializa o trabalho humano. O aplicativo já foi testado com sucesso em um estudo clínico anterior, onde os usuários apresentaram uma redução de 50% nos sintomas de depressão leve após seis semanas de uso. Rossi enfatiza que o “e-Saúde Mental” não substitui o atendimento humano, mas o complementa, permitindo que profissionais de saúde utilizem a tecnologia a seu favor.
Os dados coletados pela plataforma também terão um papel importante na gestão pública. Após serem anonimizados, eles gerarão relatórios que ajudarão gestores do SUS a identificar padrões regionais de saúde mental e a eficácia das intervenções. A implementação da plataforma pode levar até 10 anos, mas estima-se que sua adoção nacional possa gerar uma economia de até 70% nos custos relacionados a transtornos mentais, aliviando a sobrecarga do sistema público.
O desenvolvimento do aplicativo está previsto para durar cerca de um ano e meio, após o qual o Ministério da Saúde avaliará os resultados e decidirá sobre os próximos passos, incluindo adaptações para diferentes contextos culturais, como comunidades indígenas. Essa abordagem visa garantir que a saúde mental seja acessível a todos, independentemente da localização geográfica.