- Um acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, resultou em 16 mortes no dia 3 de setembro.
- O relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) apontou a desconexão do cabo entre as cabines como causa do acidente.
- A manutenção dos bondinhos históricos está sendo questionada, e a circulação de outros funiculares foi suspensa para averiguações.
- O presidente da Carris, Pedro Bogas, informou que os protocolos de segurança não mudaram desde 1915 e que a manutenção é feita por técnicos experientes.
- Os elevadores da Glória e do Lavra nunca foram supervisionados pela Autoridade Nacional de Segurança Ferroviária (ANSF), que não tinha essa obrigação legal até 2020.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) de Portugal divulgou um relatório preliminar sobre o trágico acidente do Elevador da Glória, ocorrido no dia 3 de setembro. O incidente resultou em 16 mortes e foi atribuído à desconexão do cabo entre as cabines. A inspeção realizada na manhã do acidente não identificou anomalias no cabo.
Após o desastre, a manutenção dos bondinhos históricos de Lisboa foi questionada. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, suspendeu a circulação de outros funiculares semelhantes para averiguações. Lisboa possui três elevadores históricos, todos do século 19: Lavra, Glória e Bica.
O presidente da Carris, Pedro Bogas, afirmou que os protocolos de segurança dos elevadores são os mesmos desde 1915. Ele destacou que, até o acidente, não havia registros de incidentes. A manutenção é realizada por técnicos com mais de 40 anos de experiência, mas algumas peças são fabricadas pelas mesmas empresas que cuidam da manutenção, devido à falta de reposição no mercado.
Questões de Supervisão
Um ponto crítico levantado é que os elevadores da Glória e do Lavra nunca foram supervisionados pela Autoridade Nacional de Segurança Ferroviária (ANSF). A ANSF, que monitora o Elevador da Bica, não tinha essa obrigação legal até 2020, quando a responsabilidade de inspecionar elevadores históricos foi retirada do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).
Os funiculares, que hoje são ícones turísticos, foram símbolos de modernidade no passado. O projeto do Elevador da Glória foi criado por Raoul Mesnier du Ponsard, que se destacou por sua ligação com Gustave Eiffel. Após o acidente, cidadãos em Lisboa prestaram homenagens às vítimas, depositando flores em locais emblemáticos da cidade.