- Pesquisadores do Hospital Sírio-Libanês identificaram noventa tipos diferentes da proteína HER2 em amostras de câncer de mama.
- Essa descoberta revela uma complexidade maior em relação às vinte formas conhecidas anteriormente.
- O estudo, publicado na revista Genome Research, analisa dados de RNA-seq de quinhentos e sessenta e um tumores primários e cinquenta linhagens celulares.
- A pesquisa busca entender a resistência ao tratamento com terapias anti-HER2, que ainda apresenta limitações.
- A variabilidade da proteína HER2 pode influenciar a eficácia das terapias, contribuindo para diferenças na resposta ao tratamento.
Pesquisadores brasileiros do Hospital Sírio-Libanês identificaram 90 tipos diferentes da proteína HER2 em amostras de câncer de mama, revelando uma complexidade maior do que as 20 formas previamente conhecidas. O estudo, publicado na revista Genome Research, busca entender melhor a resistência ao tratamento com terapias anti-HER2, que ainda apresenta limitações significativas.
A pesquisa analisou dados de RNA-seq de 561 tumores primários de pacientes do sexo feminino, além de 50 linhagens celulares de câncer de mama. Os dados são acessíveis através do Programa Atlas do Genoma do Câncer (TCGA), vinculado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca). Pedro Alexandre Galante, pesquisador-sênior, destaca que a diversidade encontrada nas amostras pode impactar o futuro das terapias genômicas, ajudando a estratificar pacientes e a desenvolver tratamentos mais direcionados.
A ilustração da capa da revista, criada por Alice Brassanini Mena Barreto dos Reis, uma paciente que superou o câncer de mama, simboliza a busca por respostas em um campo complexo da biologia molecular. O oncologista Carlos H. dos Anjos ressalta que muitos pacientes ainda não respondem ou perdem a resposta ao tratamento, o que torna a pesquisa ainda mais relevante.
O estudo também se debruçou sobre a variabilidade da proteína HER2, que pode influenciar a eficácia das terapias. Gabriela Guardia, coautora do trabalho, explica que essa variabilidade pode contribuir para as diferenças na resposta às terapias anti-HER2, especialmente os anticorpos conjugados a drogas (ADCs). A pesquisa é um passo importante para o desenvolvimento de novos tratamentos e diagnósticos mais precisos, com potencial para beneficiar milhares de mulheres diagnosticadas com câncer de mama no Brasil.