- Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) descobriram que variantes raras do gene ABCA7 aumentam o risco de Alzheimer ao afetar o metabolismo lipídico.
- Essas variantes tornam os neurônios hiperexcitáveis e prejudicam a função celular, levando ao estresse que pode danificar o DNA.
- O estudo analisou amostras de tecido de participantes do Religious Orders Study/Memory and Aging Project, identificando alterações em genes relacionados ao metabolismo lipídico e ao estresse oxidativo.
- A suplementação com colina reverteu os efeitos adversos, normalizando a função mitocondrial e reduzindo a hiperexcitabilidade neuronal.
- A pesquisa sugere que a disfunção do ABCA7 pode afetar uma parcela maior da população do que se pensava, incluindo portadores de variantes mais comuns do gene.
Pesquisadores do MIT descobriram que variantes raras do gene ABCA7 podem aumentar o risco de Alzheimer ao afetar o metabolismo lipídico, tornando neurônios hiperexcitáveis. O estudo, publicado na revista *Nature*, revela que essas mutações prejudicam a função celular, levando a um estado de estresse que pode danificar o DNA.
As variantes do gene ABCA7, que transporta lipídios através das membranas celulares, estão associadas a um risco dobrado de desenvolver Alzheimer. A pesquisa analisou amostras de tecido de participantes do Religious Orders Study/Memory and Aging Project, identificando alterações significativas em genes relacionados ao metabolismo lipídico e ao estresse oxidativo.
Os cientistas introduziram as variantes do ABCA7 em células-tronco pluripotentes induzidas, observando que essas células apresentavam mudanças na expressão gênica, especialmente em processos metabólicos. A pesquisa também revelou que a suplementação com colina poderia reverter os efeitos adversos, normalizando a função mitocondrial e reduzindo a hiperexcitabilidade neuronal.
Além disso, os pesquisadores notaram que organoides neuronais derivados de células com a variante ABCA7 apresentavam níveis elevados de proteínas beta-amiloides, típicas do Alzheimer. Após tratamento com CDP-colina, esses níveis foram normalizados, indicando um potencial terapêutico promissor.
A diretora do Picower Institute for Learning and Memory, Li-Huei Tsai, destacou que a restauração da homeostase lipídica por meio da suplementação de colina pode ser uma estratégia eficaz para mitigar os efeitos patológicos associados ao Alzheimer. A pesquisa sugere que a disfunção do ABCA7 pode afetar uma parcela maior da população do que se pensava anteriormente, incluindo portadores de variantes mais comuns do gene.