- Um estudo da Universidade Federal Báltica Immanuel Kant, em parceria com a Universidade Federal Fluminense, mostra que polissacarídeos de microalgas podem neutralizar quase totalmente o veneno de jararacas.
- A pesquisa foi publicada na revista *Scientific Reports* e oferece uma alternativa mais segura e barata aos soros antiofídicos tradicionais.
- As picadas de jararacas, do gênero Bothrops, são um problema de saúde pública em regiões tropicais e subtropicais, causando milhares de mortes anualmente.
- Os polissacarídeos extraídos das algas *Scenedesmus obliquus* e *Nannochloris sp.* demonstraram eficácia em prevenir hemorragias e falência de órgãos.
- O próximo passo dos pesquisadores é entender os mecanismos de ação dessas substâncias e definir doses seguras para uso clínico.
Um estudo inovador, conduzido pela Universidade Federal Báltica Immanuel Kant, em colaboração com a Universidade Federal Fluminense (UFF), revela que polissacarídeos de microalgas podem neutralizar quase totalmente o veneno de jararacas. Essa descoberta, publicada na revista *Scientific Reports*, representa uma alternativa promissora aos soros antiofídicos tradicionais, frequentemente caros e com efeitos colaterais.
As picadas de cobras venenosas, especialmente das jararacas do gênero Bothrops, são um grave problema de saúde pública em regiões tropicais e subtropicais, resultando em milhares de mortes anualmente. O professor Stanislav Sukhikh, líder da pesquisa, destaca que as substâncias extraídas das algas *Scenedesmus obliquus* e *Nannochloris sp.* demonstraram eficácia em impedir hemorragias, necroses e falência de órgãos.
Os pesquisadores cultivaram quatro espécies de microalgas e testaram seus polissacarídeos em relação a três espécies de cobras venenosas. Os resultados mostraram que essas substâncias inibem enzimas e lipídios que destroem proteínas, além de evitar que o veneno comprometa a coagulação do sangue, um dos efeitos mais letais das picadas.
Avanços e Desafios
A pesquisa abre novas possibilidades para o desenvolvimento de fármacos mais seguros e acessíveis. Os soros antiofídicos atuais apresentam limitações, como disponibilidade restrita e reações adversas, incluindo febre e fraqueza. O próximo desafio para os cientistas é entender os mecanismos de ação dos polissacarídeos e definir doses seguras para uso clínico.
Com essa inovação, espera-se que regiões afetadas por acidentes ofídicos graves possam contar com uma alternativa mais eficaz e econômica no tratamento de picadas de cobras venenosas.