- O câncer colorretal, tradicionalmente tratado com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, está passando por mudanças significativas.
- Julio Garcia-Aguilar, chefe de cirurgia colorretal do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, lidera estudos que mostram que 50% dos pacientes com câncer retal avançado podem ser tratados com radioterapia e quimioterapia, evitando a cirurgia.
- O estudo OPRA investiga a preservação do órgão em pacientes com adenocarcinoma retal, permitindo que aqueles que respondem bem ao tratamento sejam monitorados, evitando a remoção do reto.
- A imunoterapia é explorada como uma alternativa para 3% a 4% dos pacientes com características moleculares específicas, com resultados preliminares positivos.
- A incidência de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos está aumentando, levando a uma redução das diretrizes de rastreamento de 50 para 45 anos.
Câncer Colorretal: Avanços no Tratamento e Aumento da Incidência em Jovens
O câncer colorretal, tradicionalmente tratado com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, está passando por uma revolução no tratamento, especialmente para pacientes com câncer retal avançado. Julio Garcia-Aguilar, chefe de cirurgia colorretal do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, lidera pesquisas que mostram que 50% dos pacientes podem ser tratados com radioterapia e quimioterapia, evitando a cirurgia.
Garcia-Aguilar está à frente do estudo OPRA, que investiga a preservação do órgão em pacientes com adenocarcinoma retal. O protocolo, conhecido como “vigiar e esperar”, permite que pacientes que respondem bem ao tratamento sejam monitorados, evitando a remoção do reto e os efeitos colaterais associados, como a colostomia. A cirurgiã brasileira Angelita Habr-Gama foi pioneira nessa abordagem, que agora ganha força globalmente.
Além disso, o especialista explora a imunoterapia como uma alternativa viável para cerca de 3% a 4% dos pacientes com características moleculares específicas. Os resultados preliminares são promissores, com todos os pacientes tratados apresentando resposta completa. Garcia-Aguilar destaca que a identificação de características moleculares pode ajudar a prever quais pacientes responderão melhor aos tratamentos.
Aumento da Incidência em Jovens
Um fenômeno preocupante é o aumento da incidência de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. Garcia-Aguilar observa que, enquanto a mortalidade na população mais velha diminui, os casos entre jovens aumentam, possivelmente devido a fatores ambientais. As diretrizes de rastreamento foram reduzidas de 50 para 45 anos, refletindo essa nova realidade.
Os sintomas iniciais, como sangramento retal e alterações na função intestinal, muitas vezes são ignorados, levando a diagnósticos tardios. A educação sobre os sinais do câncer colorretal é crucial, especialmente para aqueles com histórico familiar. Garcia-Aguilar enfatiza a importância de um rastreamento eficaz e acessível, já que a detecção precoce pode salvar vidas.
Os avanços no tratamento e a necessidade de políticas públicas de rastreamento são fundamentais para enfrentar o câncer colorretal, uma condição que, se diagnosticada precocemente, pode ser tratada com sucesso.