- Um estudo publicado em 2024 na revista Frontiers in Developmental Psychology aponta que o isolamento social na infância está ligado ao aumento da ansiedade e depressão na vida adulta.
- A pesquisa destaca que crianças sem um círculo social próximo enfrentam dificuldades para formar relacionamentos saudáveis na idade adulta.
- A psicóloga Belén de Pano explica que a falta de amigos pode resultar em baixa autoestima e inseguranças, com cerca de 50% de seus pacientes buscando ajuda por questões sociais.
- A qualidade das relações na adolescência também é importante; vínculos saudáveis aumentam as chances de sucesso nas interações sociais, enquanto relacionamentos tóxicos podem ter consequências negativas.
- O estudo enfatiza a necessidade de atenção ao desenvolvimento social das crianças, pois experiências de amizade na infância influenciam a saúde mental e habilidades sociais na vida adulta.
Um estudo recente publicado em 2024 na revista *Frontiers in Developmental Psychology* revela que o isolamento social na infância está diretamente ligado ao aumento da ansiedade e depressão na vida adulta. Especialistas destacam a importância das amizades nesse período, que são fundamentais para o desenvolvimento emocional e social.
A pesquisa aponta que crianças que crescem sem um círculo social próximo enfrentam maiores dificuldades para se integrar e formar relacionamentos saudáveis na idade adulta. Belén de Pano, psicóloga e co-diretora do escritório de Sensateca Psicologia, explica que a falta de um grupo de amigos pode levar a uma percepção negativa de si mesmo, resultando em baixa autoestima e inseguranças. Ela observa que cerca de 50% de seus pacientes buscam ajuda devido a questões sociais.
Além disso, a psicóloga ressalta que a qualidade das relações formadas na adolescência pode influenciar a vida adulta. Se os vínculos são saudáveis, as chances de sucesso nas interações sociais aumentam. Por outro lado, relacionamentos tóxicos podem trazer consequências negativas, independentemente de quando foram estabelecidos.
A experiência de indivíduos que não mantiveram grupos de amigos na infância, mas conseguiram formar laços na adolescência, também é discutida. Tania, uma mulher de 26 anos, relata que sempre teve amigos, mas nunca um grupo fixo. Ela destaca que, apesar de não ter um círculo fechado, sempre se sentiu à vontade em suas relações.
Por outro lado, Carlos, já aposentado, compartilha que, após mudanças na infância, conseguiu reconstruir sua vida social na idade adulta, mantendo amizades significativas. A psicóloga De Pano enfatiza que o trabalho com a autoestima é essencial para aqueles que enfrentam dificuldades sociais, ajudando-os a se reconhecerem independentemente do número de amigos que possuem.
O estudo reforça a necessidade de atenção ao desenvolvimento social das crianças, uma vez que as experiências de amizade na infância podem moldar a saúde mental e as habilidades sociais na vida adulta.