- Um estudo dinamarquês indica que pessoas com sobrepeso e obesidade grau I não têm risco significativamente maior de morte precoce.
- A pesquisa foi apresentada na reunião anual da Associação Europeia para Estudos da Diabetes (EASD) em Viena.
- O estudo analisou dados de 85.761 indivíduos e acompanhou 7.555 mortes ao longo de cinco anos.
- Indivíduos com IMC (índice de massa corporal) abaixo do ideal apresentaram risco 2,73 vezes maior de morte precoce, enquanto os com obesidade grau III tiveram risco 2,1 vezes maior.
- Os pesquisadores destacam que o IMC não é o único indicador de saúde, sendo importante considerar a distribuição de gordura corporal e condições como diabetes tipo 2.
Um novo estudo dinamarquês, apresentado na reunião anual da Associação Europeia para Estudos da Diabetes (EASD) em Viena, revela que pessoas com sobrepeso e obesidade grau I não têm um risco significativamente maior de morte precoce. A pesquisa, conduzida por cientistas do Steno Diabetes Center Aarhus, analisou dados de 85.761 indivíduos, com foco em como o índice de massa corporal (IMC) se relaciona com a mortalidade.
O IMC, que classifica o peso em relação à altura, categoriza os indivíduos em diferentes faixas, desde abaixo do peso até obesidade grau III. Durante um acompanhamento de cinco anos, 7.555 participantes faleceram, sendo que aqueles com IMC abaixo do ideal apresentaram um risco 2,73 vezes maior de morte precoce. Por outro lado, os com obesidade grau III tiveram um risco 2,1 vezes maior.
Novas Perspectivas sobre o IMC
Os resultados indicam que indivíduos com sobrepeso e obesidade grau I não apresentam risco elevado de morte em comparação aos com IMC considerado ideal. A pesquisadora Sigrid Bjerge Gribsholt sugere que isso pode indicar a presença de indivíduos metabolicamente saudáveis nessa faixa de peso. Além disso, a análise revelou que aqueles com IMC entre 20 e 22,5 kg/m², considerados no início da faixa ideal, tiveram um risco de morte 27% maior em relação aos que estavam entre 22,5 e 25 kg/m².
Os pesquisadores expressaram surpresa com a ausência de uma relação clara entre sobrepeso e obesidade grau I e a mortalidade precoce. Uma possível explicação é que muitos participantes eram idosos, e aqueles com IMC mais alto poderiam ter características protetivas que influenciam os resultados.
Fatores Adicionais a Considerar
Jens Meldgaard Bruun, coautor do estudo, ressalta que o IMC não é o único indicador de saúde. A distribuição de gordura corporal também é crucial. A gordura visceral, por exemplo, está associada a riscos maiores de doenças metabólicas. Portanto, um tratamento da obesidade deve considerar não apenas o IMC, mas também a distribuição de gordura e a presença de condições como diabetes tipo 2.
Esses achados desafiam a visão tradicional sobre o IMC e a saúde, sugerindo que a relação entre peso e mortalidade é mais complexa do que se pensava anteriormente.