- Um estudo da Universidade Jean Monnet e da Universidade de Saint-Étienne, na França, revelou que ouvir o choro de bebês pode aumentar a temperatura facial de adultos.
- A pesquisa foi publicada no Journal of the Royal Society Interface e envolveu 41 adultos que ouviram gravações de choros de 16 bebês.
- O aumento da temperatura foi mais significativo quando os choros estavam associados a dor, como em casos de vacinação.
- Os cientistas identificaram que os choros em dor geram vibrações caóticas, que funcionam como um alarme natural, aumentando a atenção dos ouvintes.
- Os resultados são preliminares e a amostra incluiu adultos com pouca experiência com bebês, o que pode não refletir as reações de pais e cuidadores.
Um estudo recente revelou que ouvir o choro de bebês pode aumentar a temperatura facial de adultos, especialmente em situações que envolvem dor. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Jean Monnet e da Universidade de Saint-Étienne, na França, foi publicada no Journal of the Royal Society Interface.
Os pesquisadores utilizaram câmeras térmicas para monitorar a temperatura facial de 41 adultos enquanto ouviam gravações de choros de 16 bebês. Os resultados mostraram que o aumento da temperatura foi mais significativo quando os choros estavam associados a dor real, como em casos de vacinação. O estudo sugere que a resposta emocional ao choro depende da “rugosidade acústica” do som, que é mais intensa em situações de dor.
Resposta Emocional e Fisiológica
Os cientistas identificaram que os choros de bebês em dor geram vibrações caóticas, conhecidas como fenômenos não lineares (PNL). Esses sons funcionam como um alarme natural, dificultando a ignorância e aumentando a probabilidade de que o bebê receba cuidados imediatos. O professor Nicolas Mathevon, especialista em bioacústica, explicou que quanto mais intensa a dor expressa pelo choro, mais forte é a resposta do sistema nervoso autônomo dos ouvintes.
Durante o experimento, os participantes também relataram se acreditavam que o choro era de desconforto ou dor. A análise revelou um padrão claro: maior intensidade dos PNL resultou em respostas fisiológicas mais fortes e sincronizadas, independentemente do sexo dos ouvintes.
Limitações do Estudo
Apesar dos resultados intrigantes, os pesquisadores alertam que o estudo é preliminar. A amostra consistia em adultos com pouca ou nenhuma experiência com bebês, o que pode não refletir a reação de pais e cuidadores. Além disso, os sons analisados eram naturais e misturavam diferentes fenômenos acústicos, dificultando a identificação de quais aspectos específicos do PNL causam o aumento de temperatura facial.