- A cidade de Essen, na Alemanha, está implementando um projeto para enfrentar a crise de opioides sintéticos, como o fentanil.
- O centro de atendimento a dependentes químicos na Hoffnungsstraße oferece refeições gratuitas, hospedagem e um espaço para consumo supervisionado de drogas.
- Desde a abertura da sala de consumo em 2001, não houve mortes registradas no local, mas a presença de opioides sintéticos em grandes cidades é crescente.
- Essen participa do projeto “Opioides Sintéticos – Preparar e Responder”, que visa desenvolver planos de emergência e treinar equipes de saúde.
- Apesar de uma leve queda nas mortes relacionadas a drogas em 2024, cerca de 170 mil pessoas no país ainda são dependentes, principalmente de heroína.
A cidade de Essen, na Alemanha, está se preparando para enfrentar uma potencial crise de opioides sintéticos, como o fentanil, através de um projeto inovador. O centro de atendimento a dependentes químicos, localizado na Hoffnungsstraße (Rua da Esperança), oferece serviços como refeições gratuitas e hospedagem, além de um espaço para consumo supervisionado de drogas. Essa abordagem visa reduzir os riscos associados ao uso de substâncias em ambientes sem supervisão médica.
Desde a abertura da sala de consumo em 2001, não houve mortes registradas no local. No entanto, a situação é preocupante, com a crescente presença de opioides sintéticos em grandes cidades alemãs, como Frankfurt e Berlim. Especialistas alertam que mesmo pequenas quantidades dessas substâncias podem ser letais. A pandemia de Covid-19 também trouxe uma nova dinâmica, com jovens compartilhando vídeos nas redes sociais que incentivam o uso de opioides e calmantes.
Preparação e Resposta
Essen, junto com Hannover e Berlim, faz parte do projeto “Opioides Sintéticos – Preparar e Responder”, que visa desenvolver planos de emergência e treinar equipes de saúde. O objetivo é evitar que o sistema de saúde local fique sobrecarregado, como ocorreu em outras cidades europeias, onde houve mortes em massa devido ao uso de opioides sintéticos. A iniciativa inclui a ampliação de testes de drogas para detectar essas substâncias com mais precisão.
Rebecca Lehmann, do departamento de serviços de dependência de Essen, destaca a importância de um sistema de alerta precoce para monitorar novas substâncias perigosas. O novo comissário do governo alemão para questões de dependência, Hendrik Streeck, também defende a criação de um sistema nacional de monitoramento, enfatizando a necessidade de conscientização sobre os perigos das drogas e a ampliação das opções de tratamento.
Desafios Persistentes
Apesar de uma leve queda no número de mortes relacionadas a drogas na Alemanha em 2024, o problema da dependência de opioides permanece. Atualmente, cerca de 170 mil pessoas no país são dependentes, principalmente de heroína. Daniel Deimel, pesquisador em dependência, alerta que a situação exige uma infraestrutura adequada e uma estratégia nacional para combater o avanço do fentanil. Ele ressalta que os municípios estão se antecipando a uma crise que pode ser devastadora, mas ainda há muito a ser feito para garantir a segurança da população.
