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Cuidado sensível ao gênero melhora tratamento de mulheres usuárias de drogas

Apenas uma em cada 18 mulheres com dependência química recebe tratamento adequado, enquanto o consumo de álcool entre elas quase dobrou em 17 anos.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Braços de uma mulher fazendo uso de drogas (Foto: Reprodução)
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  • O tratamento de dependência química em mulheres no Brasil é inadequado, com apenas uma em cada 18 recebendo assistência, em comparação a um em cada sete homens.
  • O consumo de álcool entre mulheres brasileiras aumentou de 7,7% em 2006 para 15,2% em 2023.
  • O Programa da Mulher Dependente Química (Promud), criado em 1996, visa melhorar o tratamento feminino, oferecendo abordagens sensíveis ao gênero.
  • Ambientes exclusivos para mulheres têm mostrado maior eficácia, com taxas de retenção de 44,8% no Hospital das Clínicas e 42,4% no Jardim Nélia.
  • Pesquisadores destacam a necessidade de adaptar modelos de atendimento às realidades locais para melhorar o acesso e a eficácia do tratamento.

O tratamento de dependência química em mulheres enfrenta desafios significativos no Brasil. Dados recentes indicam que apenas uma em cada 18 mulheres com transtornos por uso de substâncias recebe tratamento adequado, em comparação a um em cada sete homens. Essa disparidade é alarmante, especialmente em um contexto onde o consumo de álcool entre mulheres brasileiras quase dobrou de 7,7% em 2006 para 15,2% em 2023.

O Programa da Mulher Dependente Química (Promud), criado em 1996, busca abordar essas questões. Com o apoio da Secretaria Municipal da Saúde, o programa foi expandido em São Paulo e se destaca por suas estratégias sensíveis ao gênero. Segundo o pesquisador Pedro Bacchi, a falta de redes de apoio e o estigma social dificultam o acesso das mulheres ao tratamento. Ele ressalta que as vulnerabilidades enfrentadas por elas se amplificam, tornando a necessidade de um tratamento especializado ainda mais urgente.

Abordagem Sensível ao Gênero

A pesquisa global sobre saúde feminina enfatiza a importância de um cuidado que reconheça as especificidades de gênero. Ambientes exclusivos para mulheres têm mostrado aumentar a segurança psicológica e a adesão ao tratamento. A coordenadora do Promud, Silvia Brasiliano, explica que as mulheres se sentem mais à vontade para discutir experiências relacionadas a traumas e abusos em grupos formados apenas por elas.

O Promud oferece um suporte integrado, incluindo avaliação psiquiátrica, terapia ocupacional e assistência jurídica, especialmente em casos de violência doméstica. O programa tem se mostrado eficaz, com taxas de retenção de 44,8% no Hospital das Clínicas e 42,4% no Jardim Nélia, em contraste com apenas 17,3% no Centro, onde as condições sociais são mais desafiadoras.

Desafios e Futuro

Os pesquisadores estão discutindo a necessidade de adaptar os modelos de atendimento às realidades locais, considerando que o território influencia diretamente o sucesso das intervenções. A implementação de diretrizes que respeitem as especificidades de cada comunidade é crucial para melhorar o acesso e a eficácia do tratamento.

O estudo sobre o Promud, publicado no periódico *Archives of Women’s Mental Health*, destaca a importância de um tratamento que atenda às necessidades das mulheres. A pesquisa aponta que, ao considerar as particularidades de gênero, é possível melhorar significativamente a retenção e os resultados do tratamento, contribuindo para uma abordagem mais equitativa na saúde mental.

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