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Fármacos para emagrecer têm eficácia variável devido à fome ansiosa

Estudo japonês mostra que a psicologia do paciente afeta a eficácia dos agonistas do receptor GLP-1 no tratamento da obesidade e diabetes

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Foto de plumas de Ozempic, um dos agonistas do GLP-1 mais populares (Foto: Reprodução)
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  • Um estudo no Japão mostrou que a psicologia do paciente afeta a eficácia dos fármacos adelgazantes, como os agonistas do receptor GLP-1.
  • A pesquisa acompanhou noventa e duas pessoas durante um ano e revelou que quem come por impulso teve melhores resultados no tratamento.
  • Participantes apresentaram uma redução significativa de peso, com alguns perdendo até 24%.
  • Aqueles que comiam por motivos emocionais tiveram resposta menos favorável ao tratamento.
  • Especialistas sugerem que a combinação de medicamentos com psicoterapia pode melhorar os resultados e a manutenção da perda de peso.

Um estudo recente realizado no Japão revelou que a psicologia do paciente pode influenciar a eficácia dos fármacos adelgazantes, especialmente os agonistas do receptor GLP-1, utilizados no tratamento da obesidade e diabetes. A pesquisa acompanhou 92 pessoas durante um ano e identificou que aqueles que comiam por impulso, ao ver ou cheirar alimentos saborosos, apresentaram melhores resultados no tratamento.

Os participantes do estudo experimentaram uma redução significativa de peso, com alguns alcançando até 24% de perda. No entanto, aqueles que comiam por motivos emocionais mostraram uma resposta menos favorável ao tratamento. O professor Daisuke Yabe, da Universidade de Quioto, destacou que entender os padrões de comportamento alimentar pode ajudar a personalizar futuras terapias.

Impacto das Condutas Alimentares

Após três meses de tratamento, os participantes relataram uma diminuição nas condutas alimentares emocionais. Contudo, ao final de um ano, esses comportamentos retornaram aos níveis iniciais. Yabe sugere que a alimentação emocional pode ser influenciada por fatores psicológicos que não são abordados pelos medicamentos. Cristóbal Morales, endocrinologista do Hospital Vithas, ressalta que, embora o estudo tenha limitações, seus achados corroboram outras pesquisas sobre o tema.

Pesquisadores da Clínica Mayo identificaram diferentes tipos de obesidade, propondo uma classificação que vai além do índice de massa corporal (IMC). Essa abordagem considera fatores fisiológicos e comportamentais, como a “fome emocional”, que está ligada a recompensas dopaminérgicas, e a “fome cerebral”, que envolve a regulação da saciedade.

Necessidade de Abordagem Integrada

Os fármacos adelgazantes atuam no controle do apetite, mas não abordam a fome emocional. Especialistas sugerem que um tratamento ideal deve combinar medicamentos com psicoterapia. Um metaanálise da Universidade de Staten Island indicou que a avaliação psicológica é crucial para o sucesso a longo prazo em pacientes com distúrbios alimentares.

Cinthya González García, psicóloga especializada em alimentação, observa que a relação com a comida é um fator frequentemente negligenciado na medicina, mas essencial para uma perda de peso sustentável. Ela afirma que pacientes com alimentação emocional tendem a manter pior a perda de peso após intervenções, como a cirurgia bariátrica.

A adesão ao tratamento com fármacos adelgazantes é relativamente baixa, com mais da metade dos pacientes abandonando o uso após um ano. Portanto, integrar uma avaliação psicológica ao tratamento pode ser fundamental para melhorar os resultados e a manutenção da perda de peso.

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