- Medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic e Wegovy, são usados para tratar obesidade e diabetes tipo 2.
- Desde junho, a venda desses medicamentos requer receita médica, mas há maneiras de contornar essa regra.
- O uso estético sem supervisão médica pode causar riscos à saúde, como desnutrição e efeitos adversos.
- Profissionais de saúde alertam que a automedicação pode resultar em mal-estar e transtornos alimentares.
- A popularidade desses medicamentos levanta preocupações sobre a saúde pública e a necessidade de controle rigoroso na prescrição.
Os medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic e Wegovy, são indicados para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2. Desde junho deste ano, sua venda é permitida apenas com receita médica, mas ainda há formas de burlar essa regra, o que preocupa especialistas.
O uso desses medicamentos para fins estéticos, sem acompanhamento médico, pode acarretar sérios riscos à saúde. Adriano Segal, coordenador do Departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Abeso, alerta que, embora sejam seguros quando indicados corretamente, podem provocar efeitos adversos quando usados sem supervisão. Cynthia Valério, subcoordenadora do Departamento de Obesidade da Sbem, destaca que a automedicação pode levar a doses inadequadas e a um aumento irresponsável da dosagem, resultando em mal-estar, vômitos e desidratação.
Riscos do Uso Indevido
O uso indiscriminado das chamadas “canetas emagrecedoras” está associado à busca por magreza excessiva, impulsionada por influências de celebridades e redes sociais. Segal observa que a falta de indicação médica pode resultar em desnutrição e perda de massa magra, afetando a saúde geral. Efeitos como náusea e dor abdominal são comuns entre os que utilizam esses medicamentos sem necessidade.
Apesar da restrição na venda, médicos relatam que ainda existem maneiras de contornar as regras, como receitas falsificadas e farmácias que não exigem prescrição. O custo elevado dos tratamentos, que pode ultrapassar R$ 1.000 mensais, também contribui para a associação entre magreza e status social.
Abordagem Médica
Os profissionais de saúde enfatizam que o foco deve ser a saúde, não apenas a estética. Cynthia Valério ressalta que o objetivo é alcançar um peso saudável, não ideal. O uso inadequado pode levar a transtornos alimentares, especialmente em pessoas predispostas. No entanto, os medicamentos são benéficos para aqueles com bulimia ou compulsão alimentar.
A crescente popularidade dos análogos ao GLP-1 levanta preocupações sobre a saúde pública e a necessidade de uma abordagem mais rigorosa no controle de sua prescrição e uso.