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90% dos pacientes afirmam tratar hipertensão, mas apenas 30% usam remédios

Apenas 32,4% dos pacientes com hipertensão têm medicamentos detectáveis na urina, evidenciando a baixa adesão ao tratamento no Brasil.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Baixa adesão ao tratamento de hipertensão é uma realidade no Brasil, o que causa preocupação entre especialistas (Foto: Reprodução)
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  • Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou que apenas 32,4% dos pacientes com hipertensão arterial apresentam substâncias detectáveis na urina, apesar de 90,1% afirmarem tomar medicamentos.
  • O estudo envolveu 253 participantes, principalmente mulheres com idade média de 65 anos, e foi realizado na Unidade de Hipertensão do Hospital das Clínicas da USP.
  • A baixa adesão ao tratamento é um problema que afeta cerca de 27,9% da população brasileira.
  • Fatores como falta de sintomas, esquecimento e receio de efeitos colaterais dificultam a adesão ao tratamento, segundo especialistas.
  • A pesquisa sugere a importância de consultas regulares e a educação dos pacientes sobre a hipertensão para melhorar a adesão ao tratamento.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou uma discrepância alarmante na adesão ao tratamento da hipertensão arterial entre os brasileiros. Apesar de 90,1% dos 253 participantes afirmarem que tomam medicamentos para controlar a pressão alta, apenas 32,4% apresentaram substâncias detectáveis na urina. O estudo, inédito no Brasil, destaca a necessidade urgente de abordar a baixa adesão ao tratamento, que afeta cerca de 27,9% da população brasileira.

A pesquisa foi conduzida na Unidade de Hipertensão do Hospital das Clínicas da USP e utilizou métodos diretos e indiretos para avaliar a adesão. Os participantes, em sua maioria mulheres (62%) e com idade média de 65 anos, relataram seus hábitos e medicamentos prescritos. A discrepância entre relatos e exames laboratoriais é preocupante, segundo a enfermeira Mayra Pádua Guimarães, autora do estudo. Ela enfatiza que não adianta aumentar a oferta de medicamentos se os pacientes não os utilizam corretamente.

O médico João Roberto Gemelli, presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, aponta que a falta de sintomas, o esquecimento e o receio de efeitos colaterais são fatores que comprometem a adesão ao tratamento. Além disso, a troca frequente de médicos e o espaçamento entre consultas dificultam a construção de um vínculo entre paciente e profissional de saúde.

Fatores de Risco e Consequências

A hipertensão não tratada pode levar a sérios problemas cardiovasculares, como infarto e AVC. O estudo identificou que 81% dos participantes apresentavam sobrepeso ou obesidade, e 38% eram sedentários, fatores que agravam a condição. Mayra ressalta que a pesquisa, apesar de suas limitações, reflete uma realidade preocupante, onde a adesão ao tratamento é crítica para evitar complicações graves.

Para melhorar a adesão, especialistas sugerem a prescrição de medicamentos de dose única diária e a simplificação do tratamento. Gemelli destaca a importância de consultas regulares, recomendando visitas a cada três meses para pacientes com pressão controlada e mensal para casos mais graves. A educação do paciente sobre a hipertensão e suas complicações é fundamental para garantir que o tratamento seja seguido adequadamente.

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