- A dor crônica afeta mais de 30% da população brasileira, totalizando cerca de 60 milhões de pessoas.
- Essa condição é frequentemente subdiagnosticada e tratada inadequadamente, impactando a saúde e a economia do país.
- O tratamento está se transformando com abordagens personalizadas e multimodais, incluindo terapias digitais e novas medicações.
- A dor crônica está ligada a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, criando um ciclo vicioso.
- É necessário reconhecer a dor crônica como prioridade de saúde pública, ampliar o acesso a centros de dor e investir em educação médica.
A dor crônica afeta mais de 30% da população brasileira, ou seja, cerca de 60 milhões de pessoas. Essa condição, que se torna uma doença em si, é frequentemente subdiagnosticada e tratada de forma inadequada, impactando a saúde e a economia do país. A dor lombar, por exemplo, é a principal causa de incapacidade laboral global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O tratamento da dor crônica está passando por uma transformação significativa. Abordagens personalizadas e multimodais estão sendo adotadas, incluindo terapias digitais e novas medicações. Apesar disso, a dor crônica ainda carece de reconhecimento nas políticas de saúde pública. O tratamento tradicional, que se baseava apenas em analgésicos, está sendo complementado por técnicas como fisioterapia avançada, neuromodulação e realidade virtual.
Desafios e Oportunidades
O impacto econômico da dor crônica é alarmante. Pacientes com essa condição apresentam um aumento nas consultas médicas, internações e afastamentos do trabalho. Os custos indiretos, como a perda de produtividade, podem superar os gastos diretos com tratamento. Além disso, a dor crônica está intimamente ligada a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, criando um ciclo vicioso que agrava a condição do paciente.
Para enfrentar esses desafios, o Brasil precisa avançar em três frentes principais. Primeiro, é essencial reconhecer a dor crônica como uma prioridade de saúde pública, integrando-a nas políticas nacionais. Em segundo lugar, é necessário ampliar o acesso a centros de dor e equipes multiprofissionais, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na saúde suplementar. Por fim, investir em educação médica e campanhas de conscientização é crucial para que médicos e pacientes compreendam a complexidade do problema.
Caminhos para o Futuro
A combinação de ciência, tecnologia e humanização está redefinindo o cuidado com a dor. Novas drogas, como anticorpos monoclonais para enxaqueca, oferecem alívio sem os riscos associados aos opioides. No entanto, muitos serviços de saúde ainda não contam com equipes multidisciplinares especializadas, resultando em um tratamento fragmentado. A necessidade de uma abordagem integrada e eficaz é mais urgente do que nunca.