- O risco de suicídio entre mulheres é elevado no puerpério e na menopausa.
- Estudos mostram que 11,5% das mulheres no pós-parto têm risco de suicídio, especialmente aquelas com histórico de depressão.
- Uma pesquisa da Universidade Católica de Pelotas analisou 919 mulheres e identificou que baixo nível educacional e ausência de parceiro aumentam esse risco.
- Na menopausa, um estudo com mais de 45 mil mulheres coreanas revelou que 7,6% apresentaram sintomas depressivos moderados, com aumento significativo no pós-menopausa.
- O psiquiatra André Veras destaca a importância do reconhecimento de mudanças de comportamento e a necessidade de tratamento adequado durante esses períodos críticos.
O risco de suicídio entre mulheres é particularmente elevado em dois momentos críticos: o puerpério e a menopausa. Estudos recentes revelam que esses períodos são marcados por mudanças hormonais e sociais que podem agravar a saúde mental.
Pesquisas indicam que 11,5% das mulheres no pós-parto apresentam risco de suicídio, especialmente aquelas com histórico de depressão. Uma dissertação da Universidade Católica de Pelotas analisou 919 mulheres e encontrou que fatores como baixo nível educacional e ausência de parceiro aumentam significativamente esse risco. Além disso, a depressão isolada pode elevar a chance de ideação suicida em mais de 13 vezes.
Outro estudo da Universidade Federal de São Carlos revelou que 7,8% das gestantes relataram ideação suicida, com um dado alarmante: 17,6% das mulheres sofreram violência por parceiro íntimo durante a gravidez. As vítimas de violência apresentaram um risco 6,3 vezes maior de desenvolver ideação suicida.
Importância do Reconhecimento
O psiquiatra André Veras, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, destaca a diferença entre o baby blues e a depressão pós-parto. Enquanto o primeiro é uma oscilação transitória de humor, a depressão se instala gradualmente e pode levar a riscos sérios. A psicose puerperal, embora rara, também requer atenção, pois pode resultar em desfechos graves.
Na menopausa, a relação com o suicídio é menos estudada, mas algumas pesquisas internacionais apontam para um aumento de sintomas depressivos. Um estudo com mais de 45 mil mulheres coreanas revelou que a prevalência de sintomas depressivos moderados foi de 7,6%, com um aumento significativo no pós-menopausa.
Contexto Social e Tratamento
Veras ressalta que o contexto social é um fator determinante na saúde mental das mulheres. Mudanças bruscas de comportamento, isolamento e expressões de desesperança devem ser observadas por familiares e amigos. O tratamento hormonal pode ser benéfico, mas não substitui a necessidade de antidepressivos em casos de transtornos estabelecidos.
A atenção a esses períodos críticos é essencial para a prevenção e o suporte adequado, visando a saúde mental das mulheres em momentos vulneráveis de suas vidas.