- Conselheiros federais de saúde dos Estados Unidos votaram contra a vacinação de crianças menores de 4 anos com a vacina tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
- A decisão ocorreu após mudanças no comitê de vacinas, com a demissão de todos os membros pelo secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que nomeou novos integrantes.
- Apesar da revogação da recomendação, a vacina tetraviral continuará disponível no programa Vacinas para Crianças, com votação favorável de 8 a 1.
- A próxima votação abordará a vacina contra hepatite B para recém-nascidos.
- Especialistas expressaram preocupação com a nova liderança do comitê e o impacto das mudanças nas recomendações de vacinação na saúde pública.
Conselheiros federais de saúde dos Estados Unidos votaram, nesta quinta-feira (18), contra a vacinação de crianças menores de 4 anos com a vacina tetraviral (MMRV), que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela. A decisão ocorre em meio a mudanças significativas no comitê, após a demissão de todos os membros por parte do secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que nomeou novos integrantes, muitos dos quais demonstraram confusão sobre os protocolos habituais.
Apesar da revogação da recomendação para a tetraviral, o programa Vacinas para Crianças continuará a oferecer essa vacina para crianças menores de 4 anos, com uma votação que resultou em 8 votos a 1 a favor da manutenção. A incerteza sobre o entendimento dos conselheiros foi evidente, com três membros se abstendo de votar, um deles citando confusão como justificativa. A próxima votação, agendada para esta sexta-feira (19), abordará a vacina contra hepatite B para recém-nascidos.
Mudanças e Controvérsias
A nova administração do comitê, sob a liderança de Martin Kulldorff, levantou preocupações sobre possíveis mudanças nas recomendações de vacinação infantil. Especialistas em saúde pública temem que a restrição do uso de vacinas possa levar ao ressurgimento de doenças que antes estavam sob controle. Sean T. O’Leary, presidente do comitê de doenças infecciosas da Academia Americana de Pediatria, alertou que a falta de acesso a vacinas pode resultar em sérios problemas de saúde para crianças.
A vacina tetraviral é uma alternativa à administração de vacinas separadas, e dados apresentados por cientistas dos CDC indicaram um leve aumento no risco de convulsões febris, mas sem efeitos duradouros. A decisão de não recomendar a tetraviral para crianças pequenas gerou reações negativas entre especialistas, que defendem a eficácia das vacinas.
Críticas à Nova Liderança
A demissão da ex-diretora do ACIP, Susan Monarez, após divergências sobre políticas de vacinação, também gerou controvérsia. Monarez afirmou que foi instruída a aprovar recomendações sem considerar evidências científicas. O senador Bill Cassidy, presidente do comitê de saúde do Senado, expressou desconfiança nas novas diretrizes do painel, ressaltando que a maioria dos membros é inexperiente.
As mudanças nas recomendações de vacinação refletem uma nova abordagem sob a liderança de Kennedy, que é conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas. A situação atual levanta questões sobre a segurança e a eficácia das vacinas, além de impactar diretamente a saúde pública nos Estados Unidos.
