- A dengue é uma preocupação crescente no Brasil, com surtos intensificados nos últimos 30 anos, afetando 5.385 municípios.
- A circulação do sorotipo 4 do vírus, que não era visto há anos, gera temores de uma nova epidemia.
- A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 3,6 bilhões de pessoas estão em risco de dengue em 125 países, com a mudança climática contribuindo para a expansão do mosquito Aedes aegypti.
- A única vacina disponível no Brasil é a Qdenga, da Sanofi, que requer duas doses e tem restrições para pessoas acima de 60 anos. A vacina de dose única do Instituto Butantan está em análise pela Anvisa.
- Medidas de controle do mosquito incluem a estratificação de risco, o método Wolbachia, borrifação residual em imóveis e estações de disseminação de larvicidas.
A dengue continua a ser uma preocupação crescente no Brasil, com surtos que se intensificaram nos últimos 30 anos. Atualmente, 5385 municípios estão afetados, representando quase todos os municípios do país. A circulação do sorotipo 4 do vírus, que não era visto há anos, gera temores de uma nova epidemia.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 3,6 bilhões de pessoas estão em risco de dengue em 125 países. A mudança climática e o aquecimento global têm contribuído para a expansão do mosquito Aedes aegypti, aumentando a incidência da doença em regiões antes consideradas seguras, como os Estados Unidos. A infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp, destaca que essa disseminação pode impulsionar o desenvolvimento de novas vacinas e antivirais.
Atualmente, a única vacina disponível no Brasil é a Qdenga, da Sanofi, que apresenta limitações, como a necessidade de duas doses e restrições para pessoas acima de 60 anos. A expectativa recai sobre a vacina de dose única do Instituto Butantan, que está em análise pela Anvisa. Stucchi ressalta que a posologia de dose única pode aumentar a cobertura vacinal.
Medidas de Prevenção
Com a escassez de vacinas, o controle do vetor, o mosquito Aedes aegypti, é crucial. O biólogo Rodrigo Gurgel Gonçalves, da UnB, defende a adoção de estratégias inovadoras para o controle do mosquito. Entre as recomendações estão:
- Estratificação de risco para identificar áreas vulneráveis.
- Método Wolbachia, que reduz a sobrevivência do mosquito em 50%.
- Borrifação residual em imóveis como escolas e unidades de saúde.
- Estações de disseminação de larvicidas, onde mosquitos contaminados levam larvicidas para os criadouros.
Essas abordagens visam não apenas controlar a população de mosquitos, mas também prevenir a propagação da dengue, especialmente com a nova ameaça do sorotipo 4. A situação exige um esforço conjunto entre autoridades de saúde e a população para mitigar os riscos associados à doença.