- Um estudo recente publicado na revista JAMA Oncology revela que bactérias e fungos na boca podem triplicar o risco de câncer de pâncreas.
- A pesquisa foi realizada por especialistas da Escola de Medicina da Universidade de Nova York e analisou dados de novecentos participantes ao longo de nove anos.
- Foram identificadas vinte e quatro espécies de microrganismos que influenciam o risco da doença, incluindo a levedura chamada cândida e três tipos de bactérias associadas a infecções gengivais severas.
- Os pesquisadores desenvolveram uma ferramenta para estimar o risco individual de câncer com base na composição do microbioma oral.
- O câncer de pâncreas é responsável por mais de dez mil mortes anuais no Brasil, e a detecção precoce é fundamental para o tratamento eficaz.
Bactérias e fungos presentes na boca podem triplicar o risco de câncer de pâncreas, segundo um estudo recente publicado na revista JAMA Oncology. A pesquisa, conduzida por especialistas da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, destaca a importância da higiene bucal na prevenção dessa doença letal.
O estudo analisou dados de 900 participantes americanos ao longo de nove anos, investigando a relação entre o microbioma oral e o câncer. Os participantes realizaram bochechos com enxaguante bucal e forneceram amostras de saliva. A comparação entre os perfis bacterianos e fúngicos de 445 pacientes com câncer de pâncreas e 445 indivíduos saudáveis revelou 24 espécies de microrganismos que influenciam o risco da doença.
Entre os micróbios identificados, uma levedura chamada cândida foi associada ao câncer de pâncreas. Além disso, três tipos de bactérias já conhecidas por causar infecções gengivais severas também foram ligadas ao aumento do risco. Os pesquisadores desenvolveram uma ferramenta para estimar o risco individual de câncer com base na composição do microbioma oral.
Embora as descobertas indiquem uma correlação entre certos micróbios e o câncer, os pesquisadores ressaltam que ainda não é possível confirmar uma relação de causa e efeito. Eles planejam investigar o papel de vírus orais e como o microbioma pode afetar o prognóstico dos pacientes.
O câncer de pâncreas, frequentemente chamado de “assassino silencioso”, é responsável por mais de 10 mil mortes anuais no Brasil. A detecção precoce é crucial, pois a maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados. A expectativa é que, até 2040, os casos de câncer de pâncreas atinjam níveis recordes, com 201 mil diagnósticos previstos.