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Mosquito da dengue se torna praga global por causa do tráfico de escravizados

A resistência a inseticidas entre os mosquitos Aedes aegypti chega a 90% em algumas regiões, dificultando o controle de epidemias.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Mosquitos da espécie 'Aedes aegypti' (Foto: Reprodução)
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  • O mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue e febre amarela, se adaptou nas Américas, tornando-se um vetor global.
  • Um estudo da Verily Life Sciences sequenciou mais de 1.200 genomas de Aedes aegypti de 73 localidades.
  • A linhagem americana se especializou em ambientes urbanos, facilitando sua proliferação e retorno à África, onde substitui linhagens nativas.
  • A resistência a inseticidas está crescendo, com mais de 50% dos mosquitos apresentando genes de resistência em algumas regiões, chegando a 90% em áreas específicas.
  • A pesquisa também identificou diferenças genéticas entre subespécies, com Aedes aegypti aegypti se alimentando principalmente de humanos e Aedes aegypti formosus sendo um generalista.

Os mosquitos Aedes aegypti, conhecidos por serem vetores de doenças como dengue e febre amarela, têm suas origens ligadas ao tráfico de africanos escravizados entre os séculos 16 e 19. Um estudo recente publicado na revista *Science* revela que essa espécie se adaptou nas Américas, adquirindo características que a tornaram um vetor global.

Pesquisadores, liderados por Jacob Crawford da Verily Life Sciences, sequenciaram mais de 1.200 genomas de Aedes aegypti de 73 localidades ao redor do mundo. Os dados mostram que a linhagem que se estabeleceu nas Américas se especializou em ambientes urbanos, facilitando sua proliferação. Essa adaptação permitiu que o mosquito fosse “exportado” de volta para a África, onde começou a substituir linhagens nativas.

Além disso, o estudo destaca que a resistência a inseticidas está se tornando cada vez mais comum entre as populações de Aedes aegypti. Em algumas regiões, mais de 50% dos mosquitos apresentam genes que conferem resistência a venenos, com números que chegam a 90% em certas áreas. Essa resistência representa um desafio significativo para o controle das epidemias de doenças transmitidas por esses insetos.

As diferenças genéticas entre as linhagens do mosquito também foram analisadas. A subespécie Aedes aegypti aegypti se especializou em se alimentar de humanos, enquanto a Aedes aegypti formosus é considerada um generalista, alimentando-se de diversos animais. A pesquisa sugere que a linhagem invasiva, que se espalhou globalmente desde o século 19, está substituindo as linhagens africanas mais antigas.

Essas descobertas não apenas elucidam a história do Aedes aegypti, mas também fornecem informações cruciais para o desenvolvimento de novas estratégias de combate a esse vetor, especialmente em um cenário de crescente resistência a inseticidas.

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