- O Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP) dos EUA fez mudanças nas recomendações de vacinas, afetando vacinas contra Covid-19 e outras doenças infantis.
- O ACIP não recomendou a vacina combinada MMRV (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) para crianças menores de 4 anos e adiou a votação sobre a vacina contra hepatite B.
- Especialistas alertam que as novas diretrizes podem dificultar o acesso às vacinas e desincentivar a vacinação.
- As recomendações sugerem que pessoas a partir de 6 meses recebam vacinas com base em “decisão clínica compartilhada”, priorizando grupos de alto risco.
- O acesso às vacinas varia conforme o estado, com regras diferentes para a administração em farmácias e consultórios médicos.
Mudanças nas Recomendações de Vacinas nos EUA Geram Confusão e Acesso Desigual
Na última semana, o Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP) dos EUA, sob a liderança do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., fez alterações significativas nas recomendações de vacinas. As novas diretrizes, que afetam as vacinas contra a Covid-19 e outras doenças infantis, podem complicar o acesso em alguns estados e aumentar a confusão sobre a política vacinal no país.
Durante uma reunião em Atlanta, o ACIP enfraqueceu as recomendações para vacinas contra a Covid-19, decidiu não recomendar a vacina combinada MMRV (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) para crianças menores de 4 anos e adiou indefinidamente a votação sobre a vacina contra hepatite B, que é administrada ao nascer. A aprovação final das novas diretrizes ainda depende do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que geralmente adota as recomendações do ACIP.
Especialistas em saúde alertam que as mudanças podem desincentivar a vacinação. O Dr. Amesh Adalja, do Johns Hopkins Center for Health Security, afirmou que as novas diretrizes tornam o processo mais burocrático, dificultando o acesso às vacinas. Em resposta, algumas alianças de saúde regionais estão emitindo recomendações mais amplas do que as do governo federal, enquanto muitos estados buscam preservar o acesso às vacinas contra a Covid-19.
As novas orientações do ACIP sugerem que pessoas a partir de 6 meses devem receber vacinas com base em “decisão clínica compartilhada”, enfatizando que a vacinação é mais benéfica para aqueles em alto risco de doenças graves. Contudo, a recomendação não foi unânime, e alguns especialistas acreditam que todos os grupos de alto risco deveriam ser incentivados a se vacinar.
Acesso às Vacinas e Cobertura de Seguros
O acesso às vacinas contra a Covid-19 e outras doenças dependerá do estado em que o paciente reside. Farmácias e consultórios médicos são as principais fontes de vacinação, mas as regras variam. Por exemplo, em estados como Califórnia, farmacêuticos podem administrar vacinas sem receita, enquanto em Flórida, isso requer prescrição médica.
A cobertura de vacinas deve permanecer estável para muitos, com planos de saúde comprometendo-se a cobrir vacinas com base nas diretrizes anteriores do ACIP. No entanto, é importante que os pacientes verifiquem com seus planos de saúde sobre a cobertura específica.
Mudanças nas Vacinas Infantis
Além das vacinas contra a Covid-19, o ACIP decidiu não recomendar a vacina MMRV para crianças menores de 4 anos, sugerindo que recebam vacinas separadas. Essa decisão pode impactar a escolha dos pais, embora a maioria já opte pelas vacinas separadas. A votação sobre a hepatite B, que atualmente recomenda a vacinação ao nascer, foi adiada, mantendo a prática que tem sido eficaz na prevenção da doença.
Essas mudanças refletem um contexto de crescente debate sobre vacinas nos EUA, especialmente em um momento em que a incidência de doenças como o sarampo está aumentando. A vacinação continua sendo uma ferramenta crucial para a saúde pública, especialmente com a chegada do outono e inverno, quando doenças respiratórias tendem a se espalhar mais facilmente.