- A doença de Alzheimer, identificada em 1901, afeta cerca de 1,2 milhão de brasileiros.
- Pesquisas recentes destacam as proteínas beta-amiloide e tau como essenciais para a doença, com novos tratamentos mostrando eficácia, mas também riscos.
- A professora de Geriatria e diretora do Banco de Cérebros da Universidade de São Paulo, Claudia Suemoto, afirma que a beta-amiloide pode se acumular até 30 anos antes dos sintomas aparecerem.
- O diagnóstico evoluiu, permitindo a detecção das proteínas por exames de imagem, embora sejam caros e limitados. Estima-se que 80% dos casos não são confirmados.
- A prevenção é importante, com a educação desempenhando um papel crucial na proteção contra a demência, especialmente em relação à baixa escolaridade e doenças crônicas.
A doença de Alzheimer, identificada por Alois Alzheimer em 1901, é um dos principais diagnósticos neurodegenerativos, afetando cerca de 1,2 milhão de brasileiros. Novas pesquisas destacam a beta-amiloide e a tau como proteínas cruciais no desenvolvimento da doença, com tratamentos recentes mostrando eficácia, mas também riscos associados.
A professora de Geriatria e diretora do Banco de Cérebros da USP, Claudia Suemoto, explica que a acumulação da beta-amiloide no cérebro pode ocorrer até 30 anos antes do surgimento dos sintomas. A inflamação cerebral está diretamente relacionada a esse processo, mas as causas exatas ainda são desconhecidas. Fatores genéticos influenciam especialmente os casos de início precoce, enquanto fatores ambientais, como baixa escolaridade e doenças crônicas, são mais relevantes em idades avançadas.
Avanços no Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da doença evoluiu significativamente. Atualmente, é possível detectar as proteínas beta-amiloide e tau por meio de exames de imagem, embora esses procedimentos ainda sejam caros e limitados a poucos centros no Brasil. A subnotificação é alta, com estimativas indicando que 80% dos casos não são confirmados, pois muitos acreditam que o esquecimento é parte do envelhecimento normal.
Desde 2021, novos medicamentos têm sido aprovados, focando na remoção da beta-amiloide. Embora esses tratamentos mostrem benefícios clínicos, os efeitos colaterais, como inchaço cerebral e hemorragias, levantam preocupações. A busca por tratamentos mais eficazes e com menos riscos continua, com novas drogas em fase de testes, como o trontinemabe, que promete melhor distribuição no cérebro.
Prevenção e Educação
A prevenção é fundamental, especialmente na meia-idade. A prática de atividade física e uma dieta saudável são essenciais para reduzir os fatores de risco. O Banco de Cérebros da USP, com mais de 4,5 mil cérebros coletados, revela que a educação desempenha um papel crucial na proteção contra a demência. Mesmo poucos anos de escolaridade podem conferir uma reserva cognitiva significativa.
O aumento da prevalência de Alzheimer está ligado ao envelhecimento da população e ao aumento de fatores de risco, como obesidade e diabetes. Estima-se que os casos de Alzheimer no Brasil podem triplicar até 2050, tornando a educação e a conscientização sobre a doença ainda mais urgentes.