- Donald Trump sugeriu que o uso de Tylenol por grávidas poderia estar relacionado ao aumento do autismo, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
- Ele estava acompanhado de Robert F. Kennedy Jr., seu secretário de Saúde.
- Especialistas e organizações de saúde criticaram a afirmação, considerando-a infundada e perigosa.
- O Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras e a Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido manifestaram preocupação com a declaração.
- Trump também mencionou estatísticas sobre o aumento do autismo, mas especialistas afirmam que a elevação se deve a mudanças nos métodos de diagnóstico.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a gerar polêmica ao sugerir que o uso de Tylenol por grávidas poderia estar relacionado ao aumento dos casos de autismo. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, onde Trump estava acompanhado de Robert F. Kennedy Jr., seu secretário de Saúde. Especialistas em saúde rapidamente criticaram a afirmação, considerando-a infundada e perigosa.
O Colégio Americano de Ginecologistas e Obstetras classificou o anúncio como “preocupante” e sem base em “dados confiáveis”. A Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido também se manifestou, chamando a declaração de irresponsável. Durante a coletiva, Trump apresentou estatísticas sobre o aumento do autismo nos EUA, afirmando que a incidência teria saltado de “um a cada 10 mil” para “um a cada 31” em 2025. Embora a última estatística esteja correta, especialistas apontam que a primeira é imprecisa e que o aumento é mais atribuído a mudanças nos métodos de diagnóstico.
Críticas e Dados
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) confirmaram que, em 2022, a taxa de autismo entre crianças de oito anos era de um a cada 12 meninos na Califórnia, o que representa um dos índices mais altos do país. No entanto, essa elevação é em parte resultado de iniciativas locais que promovem a identificação precoce da condição. Além disso, Trump sugeriu que a vacina tríplice viral deveria ser administrada separadamente, uma ideia já desmentida por diversos estudos que não encontraram relação entre vacinas e autismo.
A afirmação de Trump sobre a comunidade amish, que ele disse ter “virtualmente nenhum caso de autismo”, também foi contestada. Pesquisas limitadas indicam que a taxa de autismo entre os amish é de cerca de uma em cada 271 crianças. A falta de diagnósticos pode ser atribuída a fatores culturais e à recusa em buscar assistência médica.
Contexto Histórico
Trump tem levantado preocupações sobre o autismo e vacinas desde 2007, quando sugeriu pela primeira vez uma conexão entre os dois. Seu apoio a teorias infundadas sobre vacinas e saúde infantil tem sido uma constante em sua trajetória política. Em 2019, durante um surto de sarampo, ele reconheceu a importância da vacinação, mas suas declarações recentes contradizem essa posição, gerando apreensão entre especialistas e organizações de saúde.