- Um novo surto de ébola foi confirmado na República Democrática do Congo, na região de Bulape, com 57 casos e uma taxa de mortalidade de 61,4%.
- O surto começou com uma mulher grávida que apresentou sintomas graves e já se espalhou por três das seis zonas sanitárias da área.
- A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações enfrentam dificuldades logísticas e falta de recursos, como vacinas e água limpa.
- A campanha de vacinação vacinou 1.740 pessoas até o final de setembro, com a UNICEF enviando 45.000 doses adicionais.
- As autoridades afirmam que, apesar dos desafios, a contenção do surto é possível com um esforço coordenado.
Um novo surto de ébola foi confirmado na República Democrática do Congo (RDC), especificamente na região de Bulape, com 57 casos e uma alarmante taxa de mortalidade de 61,4%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O surto, que teve início com uma mulher grávida que apresentou sintomas graves, já se espalhou por três das seis zonas sanitárias da área.
As condições de saúde em Bulape são críticas. Faltam vacinas, camas e água limpa, dificultando a contenção do vírus. O coordenador de emergências da Médicos Sem Fronteiras (MSF), Jean-Paul Mangion, descreveu a situação como uma “pesadelo logístico”, ressaltando que o acesso à região é complicado devido à infraestrutura precária. O transporte de água, essencial para o tratamento, é feito por caminhões, e o hospital local enfrenta dificuldades para atender a outras necessidades médicas.
A OMS alertou que as próximas semanas são cruciais para controlar a transmissão do vírus. O ministro da Saúde, Roger Nkamba, informou que 20 pacientes permanecem hospitalizados, enquanto dois já se recuperaram e foram liberados. A resposta da comunidade tem sido notável, com moradores formando grupos de vigilância para monitorar sintomas e promover medidas de higiene.
A campanha de vacinação começou a mostrar resultados positivos, com 1.740 pessoas vacinadas até o final de setembro. A UNICEF anunciou a entrega de 45.000 doses adicionais para ajudar a conter o surto. Apesar das dificuldades, a adesão da população às medidas de saúde tem sido um fator importante na resposta ao surto, que é o primeiro na região desde 2007.
A RDC, que já enfrentou 16 surtos de ébola desde 1976, agora utiliza um tratamento com anticorpos desenvolvido localmente, o que representa um avanço significativo na luta contra a doença. As autoridades enfatizam que, embora a contenção do surto seja possível, requer um esforço contínuo e coordenado.