- A demora no diagnóstico de doenças reumáticas tem sido um problema persistente no Brasil, causando sofrimento a muitos pacientes. Regiane Araújo Pacheco, uma paciente com artrite reumatoide infantil e lúpus, é um exemplo disso, tendo passado anos para obter um diagnóstico preciso.
- A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) defende que a capacitação de médicos generalistas pode agilizar a jornada do paciente, reduzindo o tempo de espera por diagnósticos e tratamentos.
- O governo federal aprovou a medida provisória que cria o programa “Agora Tem Especialistas”, visando diminuir a espera por atendimentos especializados no Sistema Único de Saúde (SUS).
- No entanto, a SBR argumenta que é necessário investir ainda mais na atenção básica para melhorar a formação dos profissionais e encurtar ainda mais a jornada do paciente.
- O Ministério da Saúde tem ampliado os investimentos na Atenção Primária à Saúde (APS), com um aumento de mais de 50% nos recursos destinados ao fortalecimento desse nível de atenção.
Demora no diagnóstico de doenças reumáticas no Brasil
A demora no diagnóstico de doenças reumáticas tem sido um problema persistente no Brasil, causando sofrimento a muitos pacientes. Regiane Araújo Pacheco, uma paciente com artrite reumatoide infantil e lúpus, é um exemplo disso, tendo passado anos para obter um diagnóstico preciso.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) defende que a capacitação de médicos generalistas pode agilizar a jornada do paciente, reduzindo o tempo de espera por diagnósticos e tratamentos. O governo federal aprovou a medida provisória que cria o programa “Agora Tem Especialistas”, visando diminuir a espera por atendimentos especializados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Capacitação de médicos generalistas
Para o presidente da SBR, José Eduardo Martinez, um dos maiores desafios na área de saúde é diminuir a jornada dos pacientes, especialmente aqueles com doenças reumáticas. “A jornada do paciente é extremamente longa, e é preciso encurtá-la”, afirmou Martinez.
O programa “Agora Tem Especialistas” tem como objetivo reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados no SUS. No entanto, a SBR argumenta que é necessário investir ainda mais na atenção básica para melhorar a formação dos profissionais e encurtar ainda mais a jornada do paciente.
Investimento na atenção básica
O Ministério da Saúde tem ampliado os investimentos na Atenção Primária à Saúde (APS), com um aumento de mais de 50% nos recursos destinados ao fortalecimento desse nível de atenção. A cobertura da APS é estimada em 70% da população, com equipes atuando em Unidades Básicas de Saúde, Saúde da Família Ribeirinhas, Consultório na Rua e Atenção Primária Prisional.
A médica Licia Maria Henrique da Mota, diretora científica da SBR, acredita que o problema maior está no referenciamento e contrarreferenciamento de pacientes. “Se tivermos um generalista bem formado, identificando e tratando adequadamente, a jornada do paciente poderia ser encurtada”, disse Mota.
Desafios e soluções
O médico reumatologista Valderilio Azevedo, membro da comissão científica de Biotecnologia da SBR, concorda que uma melhor formação dos médicos generalistas pode reduzir a jornada do paciente. “Tem muitas doenças que podem ser identificadas e tratadas na atenção básica, sem que o paciente precise ir para o especialista”, afirmou Azevedo.
O Ministério da Saúde tem investido consistentemente na APS, com um orçamento que passou de R$ 35,3 bilhões em 2022 para R$ 54,1 bilhões em 2024. A Atenção Primária à Saúde integra protocolos de qualificação profissional e ações voltadas ao acompanhamento de condições crônicas, contribuindo para reduzir o tempo de espera e encurtar a jornada do paciente até a Atenção Especializada à Saúde.