- Trabalhadores do hospital pediátrico Garrahan, na Argentina, iniciaram uma greve de 24 horas em protesto contra o veto do governo de Javier Milei à lei de emergência pediátrica.
- O hospital enfrenta uma grave crise devido ao corte de fundos, o que preocupa pacientes e familiares.
- Milagros González, mãe de um paciente, destaca a importância do hospital, que já salvou a vida de seu filho.
- Profissionais de saúde exigem a aprovação da lei, que garantiria a recuperação do poder aquisitivo perdido nos últimos anos.
- A votação para reverter o veto está marcada para 2 de outubro no Senado.
Os trabalhadores do hospital pediátrico Garrahan, referência na Argentina, iniciaram uma greve de 24 horas em resposta ao veto do governo de Javier Milei à lei de emergência pediátrica. O hospital, que atende casos de alta complexidade, enfrenta uma grave crise devido ao corte de fundos, o que preocupa pacientes e familiares.
Milagros González, mãe de um paciente, destaca a importância do Garrahan, afirmando que o hospital salvou a vida de seu filho após complicações no parto. Ela participa ativamente das manifestações em defesa da instituição, que conta com cerca de 3.200 trabalhadores. Apesar de um bônus de 450.000 pesos (aproximadamente 320 dólares) anunciado pela direção, os funcionários consideram a medida insuficiente. O salário dos residentes, por exemplo, não ultrapassa mil dólares por uma carga de 60 horas semanais.
Os profissionais de saúde exigem a aprovação da lei de emergência pediátrica, que garantiria a recuperação do poder aquisitivo perdido nos últimos anos. O cardiologista José Alonso alerta que, para cada três enfermeiros que deixam o hospital, apenas um é substituído, aumentando a sobrecarga de trabalho. A lei, aprovada em agosto, foi vetada por Milei, mas os trabalhadores esperam que o Senado reverta essa decisão em votação marcada para 2 de outubro.
A situação socioeconômica do país impacta diretamente as famílias que dependem do Garrahan. Guillermina Manevy, residente em trabalho social, observa que muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras para levar seus filhos ao hospital. A escassez de recursos e o aumento da demanda complicam ainda mais o cenário.
Os profissionais do Garrahan, que realizam metade dos transplantes infantis da Argentina, se sentem desmotivados devido à precarização das condições de trabalho. Javier Medina, enfermeiro com quase 25 anos de experiência, ressalta que a saúde não deve ser um privilégio e critica a desfinanciamento dos hospitais públicos. Ele e seus colegas acreditam que a luta por melhores condições salariais é essencial, pois a sociedade os apoia nessa batalha.