Aumento de sofrimento mental afeta mais meninas e jovens LGBTQIA+, revela estudo
Estudo revela que quase 30% de adolescentes apresentam sintomas depressivos, destacando a urgência de políticas públicas em saúde mental

Sofrimento mental atinge mais meninas e jovens LGBTQIA+, aponta estudo (Foto: Anthony Tran/Unsplash)
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Um estudo australiano com mais de 6.500 adolescentes revela que meninas e jovens LGBTQIA+ enfrentam níveis alarmantes de depressão e ansiedade, com agravamento ao longo dos anos escolares. A pesquisa, publicada no Australian and New Zealand Journal of Public Health, analisou jovens de 12 a 16 anos entre 2019 e 2022, mostrando que quase 30% dos adolescentes relataram sintomas depressivos até o 10º ano.
Os dados indicam que a prevalência de problemas de saúde mental é maior entre meninas e jovens que se identificam com diferentes gêneros ou orientações sexuais, em comparação aos meninos cisgêneros. O psiquiatra Elton Kanomata, do Einstein Hospital Israelita, destaca que a adolescência é um período crítico para o surgimento de transtornos mentais devido a mudanças físicas e emocionais, além de novas demandas sociais.
Fatores de Risco
Entre os fatores que contribuem para o aumento do sofrimento mental estão conflitos sociais, inseguranças corporais, uso excessivo de redes sociais e experiências de bullying. A pandemia de Covid-19 também teve um impacto significativo, afetando a socialização e o desenvolvimento emocional dos adolescentes. Kanomata observa que meninas têm de 1,5 a três vezes mais risco de desenvolver transtornos mentais, em parte devido a mudanças hormonais e pressões sociais.
Os adolescentes LGBTQIA+ enfrentam estresse elevado, discriminação e isolamento social, frequentemente sem uma rede de apoio. A condição socioeconômica também agrava a situação, com meninas de famílias de baixa renda relatando níveis mais altos de sofrimento. A sobreposição de desigualdades aumenta o risco, dificultando o acesso a cuidados de saúde mental e outros fatores que promovem o bem-estar.
Necessidade de Políticas Públicas
Diante desse cenário, Kanomata enfatiza a importância de políticas públicas que abordem os determinantes sociais da saúde mental. É essencial investir em educação emocional nas escolas, criar ambientes acolhedores e garantir acesso a serviços de saúde mental. Programas de apoio devem considerar o recorte de gênero, oferecendo espaços seguros para meninas e jovens de gêneros diversos, onde possam se sentir reconhecidos e respeitados.
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