Menstruação: da antiguidade egípcia aos modernos absorventes em evolução
Lei garante distribuição gratuita de absorventes no Brasil e busca combater tabus e a falta de acesso a produtos menstruais

Foto: Reprodução
Ouvir a notícia:
Menstruação: da antiguidade egípcia aos modernos absorventes em evolução
Ouvir a notícia
Menstruação: da antiguidade egípcia aos modernos absorventes em evolução - Menstruação: da antiguidade egípcia aos modernos absorventes em evolução
A menstruação, fenômeno biológico que ocorre em humanos e algumas espécies de mamíferos, é cercada por tabus e interpretações culturais. Recentemente, o Brasil implementou uma lei que garante a distribuição gratuita de absorventes para pessoas de baixa renda e estudantes, visando combater a falta de acesso a produtos menstruais e a desinformação sobre o tema.
O ciclo menstrual, que dura cerca de um mês, envolve a liberação de um ovócito e o espessamento do endométrio, que é expelido caso não haja fecundação. Embora apenas 1,28% das espécies de mamíferos menstruem, essa característica humana levanta questões sobre suas vantagens evolutivas. A hipótese mais aceita sugere que o endométrio espesso atua como uma barreira de defesa, preservando nutrientes essenciais durante a gestação.
Contexto Cultural
Historicamente, a menstruação foi cercada de misticismo e práticas diversas. Entre os Yurok da América do Norte, mulheres menstruadas eram isoladas, enquanto na tradição judaica, o sangue menstrual era considerado poluído. No entanto, a percepção da menstruação evoluiu ao longo dos séculos, refletindo mudanças sociais e científicas.
A ginecologia, que surgiu no final do século 18, inicialmente associou a menstruação a doenças e histeria, levando a experimentos sem ética. A evolução dos produtos menstruais começou no século 19, com a patente de absorventes descartáveis, que se tornaram populares após a Primeira Guerra Mundial, quando as mulheres começaram a trabalhar fora de casa.
Desafios Atuais
Apesar das inovações, uma em cada cinco brasileiras já precisou improvisar com panos ou papel higiênico por falta de recursos. Dados do Unicef revelam que 4 milhões de estudantes enfrentam privação de higiene nas escolas, resultando em faltas devido à menstruação. A nova lei de distribuição de absorventes é um passo importante para enfrentar esses desafios e desmistificar o tema.
A menstruação, embora natural, ainda é envolta em tabus que dificultam a discussão aberta. A implementação de políticas públicas e a educação sobre saúde menstrual são essenciais para garantir que todas as pessoas tenham acesso a produtos adequados e possam lidar com a menstruação de forma digna e saudável.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.