- Físicos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) propuseram um “laser de neutrinos” para gerar feixes de neutrinos a partir de átomos radioativos.
- A técnica envolve resfriar átomos de rubídio-83 a temperaturas abaixo de zero absoluto, fazendo com que se comportem como uma única entidade quântica.
- A desintegração radioativa ocorreria de forma sincronizada, aumentando a taxa de emissão de neutrinos.
- A equipe estima que a taxa de desintegração pode ser reduzida de 82 dias para alguns minutos.
- O projeto pode levar a novas formas de detecção de neutrinos e comunicação, além de melhorar diagnósticos médicos.
Físicos do MIT apresentaram uma nova abordagem para a geração de neutrinos, propondo um “laser de neutrinos” que poderia produzir feixes dessas partículas subatômicas a partir de átomos radioativos resfriados a temperaturas extremamente baixas. O conceito foi detalhado em um artigo na revista *Physical Review Letters*.
Os neutrinos são partículas abundantes no universo, mas sua massa e propriedades são desafiadoras de medir devido à sua interação rara com a matéria. Tradicionalmente, a produção de neutrinos envolve reatores nucleares e aceleradores de partículas, métodos que requerem grandes instalações. A nova proposta do MIT visa um experimento de mesa, mais compacto e eficiente.
A equipe sugere que, ao resfriar um gás de átomos radioativos, como o rubídio-83, a temperaturas abaixo de zero absoluto, os átomos se comportariam como uma única entidade quântica. Nesse estado, a desintegração radioativa ocorreria de forma sincronizada, resultando em uma emissão acelerada de neutrinos. “Os neutrinos seriam emitidos a uma taxa muito mais rápida do que normalmente”, afirma Ben Jones, coautor do estudo.
Os pesquisadores calcularam que, ao resfriar um milhão de átomos de rubídio-83, a taxa de desintegração poderia ser reduzida de 82 dias para apenas alguns minutos. Essa técnica inovadora poderia abrir novas possibilidades, como a comunicação através de neutrinos, que poderiam atravessar a Terra para alcançar estações subterrâneas.
Além disso, a produção de isótopos radioativos, subprodutos da desintegração, poderia ser utilizada para melhorar a imagem médica e diagnósticos de câncer. “Se conseguirmos demonstrar isso no laboratório, poderemos pensar em novas formas de detecção de neutrinos ou comunicação”, destaca Joseph Formaggio, professor de física no MIT. A equipe planeja construir um protótipo em mesa para testar a viabilidade do conceito.