- O Texas implementou uma proibição de dois anos sobre a venda de carne cultivada em laboratório, a partir de 1º de setembro.
- As empresas Wildtype Foods e Upside Foods processaram o estado, alegando que a moratória prejudica o crescimento da indústria.
- A carne cultivada utiliza células de animais para produção, evitando o abate.
- A moratória se junta a restrições semelhantes em outros seis estados dos EUA e na Itália.
- A advogada da Upside Foods afirmou que a proibição visa impedir o desenvolvimento da indústria, enquanto as empresas buscam expandir sua produção.
Recentemente, o Texas implementou uma proibição de dois anos sobre a venda de carne cultivada em laboratório, uma tecnologia que visa reduzir o abate de animais e as emissões de gases de efeito estufa. A medida, que entrou em vigor em 1º de setembro, levou as empresas Wildtype Foods e Upside Foods a processar o estado, alegando que a moratória prejudica o crescimento da indústria.
As empresas, que fazem parte de um setor emergente, utilizam células de animais para produzir carne em laboratório, evitando o abate. A proibição no Texas se junta a restrições semelhantes em outros seis estados dos EUA e na Itália. Carl Ray Polk Jr., presidente da Texas and Southwestern Cattle Raisers Association, defendeu a moratória, afirmando que a carne cultivada poderia impactar negativamente as comunidades rurais e as fazendas familiares.
A indústria de carne cultivada ainda está em seus estágios iniciais nos Estados Unidos, com apenas algumas empresas autorizadas a vender produtos como frango cultivado e salmão. Upside Foods, que produz frango cultivado, foi uma das primeiras a obter aprovação para comercializar seus produtos em 2022. Wildtype Foods começou a vender salmão cultivado em junho deste ano, mas a maioria dos produtos ainda está disponível apenas em eventos especiais ou em restaurantes de alto padrão.
Desafios e Reações
A moratória levanta preocupações sobre o futuro da carne cultivada. Myra Pasek, advogada da Upside Foods, afirmou que a proibição visa “matar a indústria antes que ela decole”. A empresa busca expandir sua produção, mas enfrenta barreiras legais que dificultam a competição no mercado. Pepin Andrew Tuma, do Good Food Institute, destacou que as moratórias não apenas limitam as opções dos consumidores, mas também desencorajam inovações no setor.
Após a implementação da proibição, Wildtype Foods e Upside Foods entraram com uma ação judicial contra o estado, desafiando a legalidade da moratória. Justin Kolbeck, cofundador da Wildtype, afirmou que a ação foi um “último recurso” para garantir o futuro da empresa em um mercado que já enfrenta desafios significativos.