- Joanna Bryson, especialista em inteligência artificial, expressou ceticismo sobre a superinteligência durante a conferência CLEF em Madrid.
- Ela afirmou que a ideia de máquinas aprenderem de forma autônoma é uma falácia e ressaltou a importância do contexto humano na criação de inteligência.
- Bryson criticou a crença de que mais dados resultam em melhores IAs, destacando que a qualidade da informação é essencial.
- A especialista também comentou sobre a bolha de valorização das empresas de IA, afirmando que isso pode levar a um poder desproporcional nas mãos de poucos.
- Ela comparou a IA a uma biblioteca, afirmando que funcionará como uma ferramenta para acesso a informações sintetizadas, e não como uma inteligência independente.
Joanna Bryson, especialista em inteligência artificial (IA), expressou seu ceticismo em relação à superinteligência durante a conferência CLEF, realizada em Madrid. A professora da Escola Hertie, que possui doutorado pelo MIT, destacou que a ideia de máquinas aprenderem de forma autônoma é uma falácia. “Estamos destruindo a biodiversidade, e embora seja resistente, já degradamos a qualidade de vida no planeta”, afirmou Bryson.
A especialista criticou a crença de que mais dados resultam em melhores IAs. Segundo ela, a qualidade da informação é crucial, e contextos diferentes geram dados variados. “A Europa tem uma população mais diversa, mas isso não significa que tenha mais informação nova”, explicou. Bryson também mencionou que a busca pela superinteligência é muitas vezes mal compreendida, com muitos não sabendo exatamente o que procuram.
Bryson comentou sobre as promessas de Elon Musk em relação a robôs humanoides, afirmando que a construção de máquinas inteligentes não é uma novidade. “Já tentamos isso nos anos 90 no MIT, e não conseguimos”, disse. Para ela, a ideia de criar uma máquina que aprenda sozinha é irrealista, comparando o processo à paternidade, que exige esforço e dedicação.
Críticas ao Mercado de IA
A especialista também criticou a atual bolha de valorização das empresas de IA, afirmando que “é uma loucura” e que essas companhias estão inflacionando o mercado financeiro. Bryson acredita que, até que essa bolha estoure, um pequeno grupo de pessoas terá um poder desproporcional, tornando o mundo ingovernável.
Sobre a comparação entre empresas de IA e redes sociais, Bryson destacou que a dinâmica é diferente. “As empresas de IA gerativa compram dados, enquanto no Twitter éramos nós que moldávamos a rede”, afirmou. Ela acredita que a IA não trará uma explosão de inteligência independente, mas sim funcionará como uma ferramenta, semelhante a uma biblioteca que oferece acesso a informações de forma sintetizada.