- Gonzalo de Polavieja, neurocientista formado em Oxford e Cambridge, apresentou suas pesquisas sobre a interação entre inteligência artificial (IA) e neurociência na Universidade Internacional Menéndez Pelayo, em Santander.
- Ele destacou como a IA pode ajudar a entender processos neurais complexos, enfatizando a importância de modelos matemáticos interpretáveis.
- O zebrafish, com mais de 80% de similaridade genética com humanos, é utilizado para estudar comportamentos como aprendizado e tomada de decisão, devido à sua transparência em estágios iniciais.
- A pesquisa mostrou que, em situações simples, os zebrafish tendem a se mover em direção a grupos maiores, mas em condições naturais, seguem indivíduos mais convictos.
- Polavieja também explora novas abordagens em IA com álgebra abstrata, visando criar redes neurais mais transparentes e compreensíveis.
Gonzalo de Polavieja, neurocientista com formação em Oxford e Cambridge, apresentou suas pesquisas sobre a interação entre inteligência artificial (IA) e neurociência durante uma palestra na Universidade Internacional Menéndez Pelayo, em Santander. Ele destacou como a IA pode facilitar a compreensão de processos neurais complexos, enfatizando a necessidade de modelos matemáticos interpretáveis.
O zebrafish, um modelo animal com mais de 80% de similaridade genética com humanos, permite observar a atividade cerebral em tempo real devido à sua transparência em estágios iniciais. Com um sistema nervoso simples, composto por cerca de 100 mil neurônios, esse peixe é ideal para estudar comportamentos como aprendizado e tomada de decisão. Polavieja explicou que a IA é útil para tarefas como rastreamento de animais, mas a compreensão dos processos requer modelos matemáticos mais claros.
A pesquisa revelou que, em situações simples, os zebrafish tendem a se mover em direção a grupos maiores, mas em condições naturais, o comportamento é mais complexo. Os peixes não seguem necessariamente a maioria, mas sim indivíduos que demonstram mais convicção. Essa descoberta foi possível graças a modelos de IA que não apenas preveem, mas também ajudam a entender as regras subjacentes ao comportamento.
Os modelos desenvolvidos por Polavieja são aplicáveis a outros grupos sociais, incluindo humanos e formigas. Ele observou que, em situações comparáveis, indivíduos tendem a seguir aqueles que tomam decisões claras. Essa dinâmica de liderança, onde a convicção é crucial, foi um dos pontos centrais de sua pesquisa.
Além disso, Polavieja está explorando novas abordagens em IA, utilizando álgebra abstrata para criar redes neurais mais transparentes e compreensíveis. Essa inovação visa garantir que os modelos não apenas aprendam de forma eficaz, mas também sejam interpretáveis em cada etapa do processo. O avanço da IA e da neurociência, segundo ele, deve ser um caminho de mão dupla, onde descobertas em um campo podem beneficiar o outro.