Economia

Tecnologia no pasto promove pecuária sustentável e reduz emissões de metano

Fazenda paulista reduz em 25% emissões de metano com integração lavoura pecuária, enquanto novas pesquisas buscam mitigar impactos na agropecuária.

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Uma fazenda no interior de São Paulo está se destacando na redução das emissões de metano, um dos principais gases do efeito estufa. A Fazenda Santa Silvéria, localizada em Piratininga, implementou o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), que combina atividades agrícolas e pecuárias em uma mesma área. Desde 2012, essa abordagem tem permitido um aumento na produtividade e uma redução de 25% nas emissões de metano.

Com aproximadamente 1.600 cabeças de gado em 1.200 hectares, a fazenda utiliza a rotação de culturas, como soja e sorgo, para recuperar pastagens degradadas. Fulvio Domeneck, médico-veterinário e gerente geral da propriedade, explica que essa prática não apenas melhora a qualidade do pasto, mas também acelera o ganho de peso do gado, permitindo um ciclo de produção mais curto. "Hoje, o ciclo de produção de pecuária de corte no Brasil é de 30 a 36 meses, comparado a quatro anos há quinze anos", afirma Alexandre Berndt, pesquisador da Embrapa.

O Brasil, com o maior rebanho comercial bovino do mundo, é o quinto maior emissor de metano globalmente. 75% das emissões no país vêm da agropecuária, sendo a pecuária bovina a principal responsável. O metano é um gás com 28 vezes mais potencial de aquecer o planeta do que o dióxido de carbono, contribuindo para a crise climática.

Alternativas para Redução de Emissões

Além do sistema ILP, outras técnicas estão sendo adotadas para mitigar as emissões. Flávio Portela Santos, engenheiro-agrônomo da Esalq-USP, destaca que muitos pecuaristas estão melhorando a digestibilidade do pasto para que o gado atinja o peso ideal mais rapidamente. Pesquisas também indicam que aditivos alimentares, como óleos essenciais, podem reduzir a produção de metano durante a digestão.

No cultivo de arroz, que também gera emissões de metano, estratégias como a irrigação intermitente e a diversificação de culturas têm mostrado resultados promissores. Walkyria Bueno Scivittaro, pesquisadora da Embrapa, explica que a decomposição anaeróbica da matéria orgânica em áreas irrigadas é a principal fonte de emissões nesse setor.

O Brasil tem investido em tecnologias para descarbonizar a agropecuária, com iniciativas como a proibição da queima da palha da cana-de-açúcar e o Plano ABC, que visa promover práticas agrícolas sustentáveis. Com um portfólio de tecnologias já desenvolvido, o desafio agora é disseminar essas informações entre os produtores rurais.

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