Economia

Gasto com pessoal de estatais supera inflação e preocupa governo federal

Estatais sob governo Lula enfrentam aumento de gastos e prejuízos em 2024, com destaque para os Correios, que acumulam R$ 2,6 bilhões em perdas.

Os edifícios-sede dos Correios e da EBC, em Brasília — Foto: André Coelho / Agência O Globo e Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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As estatais retiradas dos planos de privatização pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram um aumento de 7,7% nos gastos com pessoal em 2024, superando a inflação de 4,8% no mesmo período. Ao mesmo tempo, essas empresas registraram um prejuízo total de R$ 556 milhões, em contraste com os lucros de R$ 989 milhões em 2023. O levantamento foi realizado pelo especialista em finanças Daniel Pecanka de Andrade.

Os dados abrangem estatais como Correios, EBC, Telebras e outras que foram excluídas do Programa Nacional de Desestatização (PND). Os gastos com pessoal dessas empresas totalizaram R$ 17,9 bilhões em 2024. O aumento nos custos é atribuído a reajustes salariais e despesas com serviços terceirizados. As subvenções do Tesouro Nacional para essas estatais chegaram a R$ 1,259 bilhão, um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior.

Desempenho dos Correios

Os Correios foram os mais afetados, com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões e gastos com pessoal de R$ 13,3 bilhões, um aumento de 7,18%. A estatal enfrenta uma crise de receitas, em parte devido à perda de clientes para outras transportadoras. Pecanka argumenta que a justificativa da empresa para o prejuízo não é suficiente, já que investimentos em infraestrutura não devem ser considerados como custos diretos.

A EBC, por sua vez, teve uma receita líquida de R$ 59,2 milhões, mas seus custos totalizaram R$ 546,9 milhões, resultando em uma subvenção de R$ 603 milhões. Nos últimos cinco anos, a empresa recebeu R$ 2,6 bilhões do Tesouro. O aumento de gastos com pessoal foi de 5,3%.

Situação das Outras Estatais

A Ceitec e a Nuclep também apresentaram aumentos significativos nos gastos com pessoal, com a Ceitec registrando um aumento de 34,5% em 2024, mesmo estando inativa em 2023. A Nuclep, por sua vez, teve um aumento de 14,4% nos gastos, com despesas que quase superaram suas receitas.

Entre as estatais com resultados positivos estão a PPSA e o Porto de Santos, que justificaram o aumento de gastos com a necessidade de reforçar suas equipes. A Telebras, que atua em inclusão digital, também enfrenta dificuldades financeiras, com 79% de seus gastos administrativos sendo destinados a pessoal.

Recentemente, um decreto de Lula estabeleceu novas regras para facilitar a saída de estatais da dependência do Tesouro, o que pode beneficiar a Telebras. A única estatal que conseguiu reduzir gastos com pessoal foi a CeasaMinas.

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