15 de jun 2025

China e Estados Unidos intensificam negociações sobre terras-raras estratégicas
EUA e China firmam acordo preliminar na guerra comercial, destacando o papel estratégico do Brasil nas terras raras. Oportunidades à vista.
Extração de lítio próximo a Itinga, em Minas Gerais (Foto: Dado Galdieri/Bloomberg/14/03/2023)
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Depois de intensas negociações em Londres, Estados Unidos e China firmaram um acordo preliminar para manter a trégua na guerra comercial, que teve início com a imposição de tarifas pelo ex-presidente Donald Trump. O foco principal do entendimento é o acesso americano às terras-raras chinesas, minerais essenciais para diversas indústrias, incluindo a transição energética.
As terras-raras são cruciais para a produção de tecnologias como baterias, painéis solares e equipamentos de defesa. A China detém quase 50% das reservas mundiais desses minerais, o que lhe confere uma posição estratégica. Recentemente, Pequim suspendeu as exportações de terras-raras para os EUA, o que levou a uma aceleração nas conversações entre os dois países.
Em resposta às restrições chinesas, os Estados Unidos cortaram a exportação de softwares e equipamentos para a indústria chinesa, resultando em uma queda de 34,5% nas exportações chinesas para os EUA no último mês, o maior retrocesso desde a pandemia. A importância das terras-raras também foi reconhecida em acordos entre os EUA e a Ucrânia, que possui reservas significativas.
Oportunidades para o Brasil
O Brasil, com a segunda maior reserva mundial de terras-raras, surge como um potencial fornecedor estratégico. Recentemente, empresas chinesas demonstraram interesse em explorar esses minerais em território brasileiro. A subsidiária do grupo MMG adquiriu minas de níquel no Goiás, enquanto a montadora BYD garantiu direitos de exploração de lítio em Minas Gerais.
O BNDES anunciou um financiamento de R$ 5 bilhões para 56 projetos relacionados a minerais estratégicos, com investimentos totais de R$ 45,8 bilhões. Em 2022, o Brasil exportou 2 milhões de toneladas de minérios, gerando US$ 6,3 bilhões em receitas. O saldo positivo nas exportações pode aumentar, mas é crucial que o Brasil não se limite a ser um mero fornecedor de matéria-prima.
Para maximizar os benefícios, o país deve investir no desenvolvimento de tecnologia e na formação de mão de obra qualificada. Os acordos de exploração de minerais oferecem uma oportunidade valiosa para suprir essas necessidades e fortalecer a posição do Brasil no mercado global.
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