30 de jun 2025



Dólar despenca quase 10% em 2025 devido a Trump, Fed e déficit orçamentário
O dólar atinge o menor nível em mais de três anos, enquanto investidores buscam segurança em ativos como o ouro.

Executivos da Nvidia aproveitam alta e vendem mais de US$ 1 bi em ações, diz jornal (Foto: Reprodução)
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O dólar acumula uma queda de quase 10% em 2025, atingindo seu menor nível em mais de três anos. A desvalorização da moeda americana é impulsionada por incertezas na política econômica dos Estados Unidos, tensões entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve (Fed), além de expectativas de cortes de juros.
Nesta segunda-feira, 30, o índice do dólar, que mede seu desempenho frente a uma cesta de seis moedas, caiu ao menor patamar desde março de 2022. A libra esterlina foi negociada acima de US$ 1,37, enquanto o euro subiu 11,5% no ano, alcançando o maior nível em quatro anos. A expectativa de que o Fed reduzirá os juros até o final do ano contribui para essa fraqueza.
As pressões públicas de Trump sobre o presidente do Fed, Jerome Powell, geram dúvidas sobre a independência da instituição. O Wall Street Journal reportou que Trump considera anunciar um sucessor para Powell antes do término de seu mandato, o que pode afetar ainda mais a credibilidade do Fed. Arun Sai, estrategista da Pictet Asset Management, afirmou que é difícil comprometer capital em um país com políticas econômicas incertas.
Fatores Contribuintes
A fragilidade fiscal dos EUA também pesa sobre o dólar. O governo tenta aprovar o "One Big Beautiful Bill Act", que pode aumentar significativamente o déficit. Investidores estrangeiros, que tradicionalmente buscam segurança no dólar, agora exigem retornos maiores para manter posições em títulos do Tesouro. Uma pesquisa do Bank of America revelou que gestores globais estão com a menor exposição ao dólar desde 2005.
Além disso, as tarifas comerciais impostas pelo governo Trump geram incertezas que afetam a moeda. Embora essas medidas possam, em teoria, fortalecer o dólar, a imprevisibilidade das decisões tarifárias gera desconfiança entre investidores. O professor Barry Eichengreen, da Universidade da Califórnia em Berkeley, destacou que o comportamento errático da Casa Branca tem dominado os mercados, alimentando uma crise de confiança.
O ouro se beneficia desse cenário, subindo 0,7% nesta manhã e acumulando alta de 5,4% no trimestre, cotado a US$ 3.294,57 por onça. A realocação de capital também pressiona o dólar, com investidores aumentando o hedge cambial e reduzindo a exposição a ativos americanos. O Morgan Stanley projeta que até US$ 66 bilhões podem ser direcionados para ações na América Latina, beneficiando o Brasil.
Expectativas de Mercado
O movimento de baixa do dólar é influenciado por expectativas de cortes de juros pelo Fed e discussões sobre a lei orçamentária do governo Trump. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar, caiu 0,61% na sessão, acumulando uma perda de aproximadamente 11% no ano. O dólar encerrou a segunda-feira, 30, com uma queda de 0,89%, cotado a R$ 5,434, o menor valor desde setembro de 2024.
As bolsas americanas, por sua vez, mantiveram um desempenho positivo, com o S&P 500 e o Nasdaq subindo 0,52% e 0,47%, respectivamente. O Dow Jones também registrou alta de 0,63%. Os investidores permanecem atentos a possíveis acordos comerciais, especialmente com o prazo final das pausas tarifárias se aproximando.
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