Walmart e Target alertam sobre aumento de boicotes de consumidores

As empresas americanas estão enfrentando uma crescente pressão para relatar riscos associados a suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) e iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG). Recentemente, Walmart, Target e outras corporações alertaram investidores sobre o risco de boicotes de consumidores insatisfeitos, tanto da direita quanto da esquerda, devido a suas posturas em relação a esses temas.

Empresas como Walmart e Target têm incluído novas divulgações de riscos em seus relatórios anuais, refletindo a polarização política em torno das iniciativas DEI e ESG. Segundo Kristen Jaconi, diretora do Peter Arkley Institute for Risk Management, as empresas enfrentam um dilema: os consumidores podem ficar insatisfeitos com a posição adotada em questões sociais ou pela falta de uma posição clara.

A preocupação com boicotes é crescente. Walmart, em seu relatório anual, destacou que suas políticas estão sob “aumento de escrutínio” por parte de consumidores e grupos de defesa, o que pode resultar em campanhas de publicidade negativa e danos à reputação. Target também reconheceu que as expectativas de seus acionistas e clientes são variadas e, em muitos casos, conflitantes, o que já resultou em repercussões negativas para a marca.

Riscos de Retaliação

Empresas como Abercrombie & Fitch e Kroger também sinalizaram que a retaliação legal e o descontentamento de consumidores em relação a políticas de DEI podem impactar seus negócios. Kroger, por exemplo, mencionou que a mudança na administração dos EUA e a nova perspectiva dos investidores podem dificultar a busca por metas de sustentabilidade.

Além disso, a PVH, dona de marcas como Calvin Klein, alertou que pode enfrentar reações adversas de atores governamentais e consumidores, o que pode prejudicar sua reputação. A antecipação de boicotes se tornou uma nova realidade para as empresas, que agora se preocupam com a possibilidade de serem alvos de campanhas organizadas por grupos ativistas.

A situação atual reflete um cenário onde as empresas precisam equilibrar suas iniciativas sociais com as expectativas de um público cada vez mais polarizado.