Rio de Janeiro celebra sucesso de ‘Ainda estou aqui’ e busca mais reconhecimento internacional

O anúncio das três indicações do filme “Ainda estou aqui” ao Oscar, feito às 10h30 de ontem, gerou um aumento significativo no público do Cine Santa Teresa. Na sessão das 13h, que costuma ter baixa frequência, a sala de 52 lugares ficou cheia, atraindo tanto turistas quanto moradores locais. A atuação de Fernanda Torres, elogiada pela crítica internacional, emocionou os espectadores, que saíram impactados, como Regina Alonso, de 64 anos, que se lembrou de sua infância em uma família de militares e refletiu sobre a história da ditadura no Brasil.

Enquanto isso, na Urca, turistas posavam em frente à casa que serviu de locação para o filme, agora marcada como ponto turístico no Google Maps. Jordi e Lia Peixoto, de Fortaleza, comentaram sobre a descoberta do filme e sua experiência ao assisti-lo. O Rio de Janeiro, que celebra o sucesso de “Ainda estou aqui”, busca se tornar mais “film friendly”, com a Secretaria Municipal de Cultura e a Riofilme promovendo incentivos financeiros para atrair produções nacionais e internacionais.

Em 2024, o Rio recebeu 27 produções audiovisuais estrangeiras, com um aumento de 11,4% nas locações diárias autorizadas em relação ao ano anterior. Lucas Padilha, secretário municipal de Cultura, destacou que a internacionalização do audiovisual é uma prioridade, visando fortalecer parcerias e ampliar investimentos. Desde 2021, a Rio Film Commission tem facilitado a filmagem na cidade, oferecendo suporte logístico e conectando produtores a profissionais locais.

Daniel Celli, coordenador da comissão, ressaltou a importância de ter uma indústria audiovisual consolidada, além da beleza da cidade. O Rio, que perdeu espaço para São Paulo no passado, agora busca otimizar processos e tornar-se mais acessível para filmagens. Em 2024, produções de diversas origens, incluindo Estados Unidos e França, foram gravadas na cidade, com a Rio Film Commission desempenhando um papel crucial na autorização de filmagens e adaptações necessárias para recriar o ambiente dos anos 1970, como a remoção de elementos contemporâneos em espaços públicos.