A evolução da gravação de áudio e os desafios da cultura digital atual

A gravação de áudio teve início com o fonógrafo de Thomas Edison no final do século XIX, que introduziu o cilindro como o primeiro meio de armazenar som. Apesar de sua inovação, os cilindros enfrentaram problemas como a deterioração das gravações e a falta de clareza sobre direitos autorais.

Artistas da época, como a soprano Nellie Melba, mostraram-se céticos em relação à nova tecnologia. Melba chegou a destruir suas gravações, enquanto o tenor Jean de Reszke proibiu a distribuição de suas gravações por insatisfação com a qualidade. Em contraste, Enrico Caruso reconheceu o potencial do disco e, em abril de mil novecentos e dois, gravou dez discos em Milão, recebendo um percentual das vendas. Isso o tornou uma das primeiras grandes estrelas da indústria fonográfica.

A transição da música ao vivo para a gravação democratizou o acesso à cultura. A chegada da rádio consolidou essa mudança, permitindo que a música se tornasse parte do cotidiano das pessoas. As primeiras gravações em cilindros na Espanha estão preservadas na Biblioteca Nacional e podem ser ouvidas em um novo podcast da instituição.

Impacto da Inteligência Artificial

O texto também levanta questões sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na criação musical e nos direitos dos autores. O debate atual sobre a IA reflete discussões passadas sobre a gravação de áudio. A incerteza persiste sobre se os direitos dos criadores prevalecerão sobre a popularização cultural trazida por tecnologias disruptivas.

A comparação entre os desafios enfrentados por artistas no passado e os atuais destaca que, hoje, todos são criadores. A IA utiliza dados e obras existentes, mas não oferece compensação aos artistas. A dúvida permanece sobre quem se beneficiará dessa nova era e quem será prejudicado pela combinação de inovação e mercado.