08 de ago 2025
Seminários recém-traduzidos de Deleuze sobre pintura surpreendem pela complexidade
Gilles Deleuze redefine a conexão entre filosofia e pintura, propondo que a arte gera conceitos que enriquecem o pensamento filosófico

Foto: Reprodução
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O filósofo Gilles Deleuze, em suas aulas de 1981, apresentou uma nova abordagem sobre a relação entre filosofia e pintura, questionando como a arte pode enriquecer o pensamento filosófico. Suas reflexões foram compiladas no livro Sur la peinture, publicado em francês em 2023 e traduzido para o inglês por Charles J. Stivale.
Deleuze propõe que a pintura não é apenas um objeto de análise filosófica, mas uma fonte de conceitos que podem ser aplicados à filosofia. Ele introduz termos como "catástrofe", "diagrama" e "modulação", explorando como esses conceitos se relacionam com a prática da pintura. O filósofo argumenta que a pintura começa em um estado de caos, onde uma "catástrofe" gera um "diagrama", essencial para a criação da obra.
Durante suas aulas, Deleuze discute a importância da técnica e da manualidade na pintura, enfatizando que a arte deve capturar forças e não apenas reproduzir efeitos. Ele analisa a evolução do uso das cores ao longo da história da arte, destacando como diferentes regimes de cor influenciam a percepção e a técnica dos artistas.
O contexto das aulas de Deleuze na Universidade Experimental de Vincennes, um espaço de inovação educacional, também é relevante. A instituição, criada após os protestos de 1968, buscava democratizar o acesso ao conhecimento, refletindo a visão de Deleuze de que a filosofia deve ser acessível a todos, assim como a arte.
As ideias de Deleuze sobre a intersecção entre arte e filosofia continuam a influenciar diversos campos do conhecimento, como a estética contemporânea e a teoria crítica. Seu trabalho, que abrange desde cinema até literatura, reafirma a importância da criatividade tanto na filosofia quanto na arte, desafiando as fronteiras entre esses domínios.
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