- As coleções de moda masculina para o outono-inverno de 2025 apresentam forte influência da estética militar.
- Marcas como Louis Vuitton, Hermès e Fendi incorporam elementos que remetem a uniformes e utilidade.
- Louis Vuitton, sob a direção criativa de Pharrell Williams, destaca casacos estruturados com acabamentos técnicos.
- Hermès apresenta peças em tons desérticos com cortes retos e bolsos utilitários.
- Fendi aposta em coletes acolchoados e impermeáveis, evocando um visual balístico.
As coleções de moda masculina para o outono-inverno de 2025 revelam uma forte influência da estética militar, refletindo um desejo por proteção e funcionalidade em tempos de incerteza global. Marcas renomadas como Louis Vuitton, Hermès e Fendi destacam-se ao incorporar elementos que evocam uniformes e utilidade.
Os casacos estruturados da Louis Vuitton, sob a direção criativa de Pharrell Williams, apresentam construções imponentes e acabamentos técnicos, remetendo a uniformes de missão. A Hermès, em seu desfile em Paris, trouxe peças em tons desérticos com cortes retos e bolsos utilitários. Já a Fendi, na Semana de Moda Masculina de Milão, apostou em coletes acolchoados e impermeáveis, evocando um visual balístico.
Reflexão sobre a Estética Militar
Essa predominância da estética militar não é apenas uma referência ao passado, mas uma resposta a um sentimento coletivo de insegurança. Veruska Romano, docente de moda do Senac São Paulo, observa que essa abordagem traz uma reinterpretação da masculinidade, unindo sofisticação e funcionalidade, enquanto respeita as vulnerabilidades do homem contemporâneo.
O professor Márcio Ito, da Faculdade Santa Marcelina, complementa que as jaquetas utilitárias e os cortes estruturados atendem ao desejo por roupas práticas, comunicando uma postura de força diante do caos atual. A moda, segundo ele, sempre reflete o espírito do tempo, e a atual nostalgia reconfigurada revisita o passado com uma nova leitura estética.
Tendências nas Passarelas
No Brasil, a influência militar também é visível. A marca À La Garçonne, de Fábio Souza, apresentou na São Paulo Fashion Week peças com elementos militares e vintage, reconhecendo o espírito do tempo. O estilista destaca que a necessidade de funcionalidade e estilo se fundiu no pós-pandemia, refletindo a urgência de estar preparado para o inesperado.
Historicamente, a moda já se apropriou de elementos militares, como a calça cargo e a camiseta branca, que se tornaram ícones culturais. Essas peças, originalmente criadas para o uso militar, foram ressignificadas e adaptadas ao cotidiano, mantendo sua essência funcional. A jaqueta bomber e as botas de combate também seguem essa trajetória, simbolizando prontidão e resistência.
A estética militar, portanto, não é um resgate literal, mas uma experimentação visual que se adapta às demandas contemporâneas, unindo estilo e praticidade em um mundo em constante transformação.