- Gabriele Stötzer, artista da Alemanha Oriental, apresenta a exposição “Mit Hand & Fuss, Haut & Haar” no Muzeum Susch, na Suíça.
- Esta é a primeira grande mostra solo da artista, que destaca sua trajetória e a luta pela liberdade de expressão.
- As obras incluem fotografias e instalações criadas sob a vigilância da Stasi, refletindo a busca por identidade e resistência.
- A exposição ficará em cartaz até 2 de novembro e é considerada importante para a arte contemporânea.
- Stötzer, cofundadora do coletivo feminista Exterra XX, enfrentou repressão ao assinar uma petição em defesa de um cantor exilado, resultando em sua prisão.
Gabriele Stötzer, artista da Alemanha Oriental, ganha destaque com a exposição “Mit Hand & Fuss, Haut & Haar” no Muzeum Susch, na Suíça. Esta é a primeira grande mostra solo da artista, que reflete sua trajetória e a luta pela liberdade de expressão em um contexto de censura.
As obras de Stötzer, que incluem fotografias e instalações, foram criadas em um ambiente hostil, sob a vigilância da Stasi. “Entender que meu corpo era o único meio que eu tinha me fez explorar sua potencialidade”, afirmou a artista. Suas imagens, muitas vezes rudimentares, revelam uma busca por identidade e resistência.
A exposição, que ficará em cartaz até 2 de novembro, destaca a importância de Stötzer no cenário da arte contemporânea. Daniel Blochwitz, curador da mostra, ressaltou que “o trabalho de Gabriele é inseparável de seu contexto sociopolítico”. A artista, nascida em 1953, enfrentou a repressão ao assinar uma petição em defesa de um cantor exilado, resultando em sua prisão.
Stötzer também foi cofundadora do coletivo feminista Exterra XX, que produziu arte de forma clandestina. “Essas mulheres buscavam se libertar do patriarcado, mesmo sem se identificarem como feministas”, comentou a curadora Sonia Voss. A artista, que viveu em um ambiente de constante vigilância, utilizou materiais escassos para criar suas obras, refletindo sua resiliência.
Nos últimos anos, Stötzer começou a receber reconhecimento internacional, participando de exposições importantes, como a documenta 14 em 2017. Sua arte, que une estética e política, continua a inspirar novas gerações, mostrando que “sentimentos e paixões não podem ser paralisados”.