- A Itália se tornou o maior produtor mundial de vinho em 2025, superando a França.
- A demanda por vinhos italianos caiu 4% nos primeiros meses do ano, especialmente nos Estados Unidos.
- A guerra na Ucrânia impactou as vendas, especialmente dos vinhos de Asti, com exportações caindo de 17 milhões de garrafas em 2023 para uma previsão de 10 milhões em 2025.
- Produtores estão priorizando a qualidade em vez da quantidade, reduzindo a colheita de muscat de 10 para 9 toneladas por hectare.
- Novas práticas sustentáveis estão sendo adotadas, com foco em vinhos artesanais e adaptação às mudanças do mercado.
A Itália se destaca como o maior produtor mundial de vinho em 2025, superando a França, mas enfrenta desafios significativos. A demanda por vinhos italianos caiu 4% nos primeiros meses do ano, especialmente nos Estados Unidos, principal mercado de exportação. O secretário geral da União Italiana dos Vinhos, Paolo Castelletti, lamenta que a queda na consumo se deve ao envelhecimento da população de baby boomers e aos altos direitos de importação que elevam os preços.
A guerra na Ucrânia também afetou as vendas, especialmente dos vinhos de Asti, que tiveram uma redução drástica nas exportações para a Rússia. Em 2023, foram vendidas 17 milhões de garrafas, número que caiu para 12 milhões em 2024, com uma previsão de 10 milhões para 2025. Os vignerons estão mudando o foco da produção, priorizando qualidade em vez de quantidade, com uma redução na colheita de muscat de 10 para 9 toneladas por hectare.
Novas Estratégias de Produção
Os produtores de Asti, como Stefano Ricagno, estão adaptando suas práticas para enfrentar a nova realidade do mercado. Ele observa que, apesar da expectativa de uma colheita abundante, as altas temperaturas impactaram a produção. A AOC Asti busca expandir o consumo de seus vinhos espumantes, tradicionalmente servidos como sobremesa, para o contexto de aperitivos, alinhando-se à tendência de vinhos com menor teor alcoólico.
Enquanto isso, outros vignerons, como Francesco Pozzobon, estão adotando métodos mais sustentáveis, cultivando sem produtos químicos e focando em vinhos artesanais. Ele acredita que a redução na demanda levará a um “esvaziamento natural” do mercado, onde apenas os produtos de qualidade superior sobreviverão. A adaptação às flutuações do mercado é vista como essencial para a recuperação do setor vitivinícola italiano.